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Ao menos 67 voos para Florianópolis serão afetados com greve de pilotos e comissários

Aeronaves partem de aeroportos que devem registrar paralisações; passageiros devem se informar com as companhias aéreas

Foto: Sulinfoco

Há pelo menos 67 voos diretos ou com conexão para Florianópolis marcados entre 6h e 8h da próxima segunda-feira (19), quando pilotos e comissários de bordo iniciam uma greve nacional. A paralisação ocorrerá diariamente nestes horários.

A reportagem contabilizou viagens disponíveis para a data na tarde desta sexta-feira (16) na plataforma Google Voos – aeronaves lotadas não estão contabilizadas. A quantidade de trajetos afetados pode ser ainda maior, uma vez que os atrasos afetam as viagens de outros horários.

Os 67 voos partem dos oito aeroportos que devem registrar paralisação: São Paulo (21 viagens), Rio de Janeiro (11), Campinas (13), Porto Alegre (sete), Brasília (oito), Belo Horizonte (seis) e Fortaleza (um). Os voos são das empresas Gol (33), Latam (21) e Azul (13).

A Floripa Airport, administradora do aeroporto de Florianópolis, orienta os passageiros a procurarem informações com as companhias aéreas. A empresa acompanha e mantém “contato com as empresas aéreas para apoiá-las em caso de confirmação de greve”, informou em nota.

Os trabalhadores reivindicam recomposição das perdas inflacionárias e ganho real nos salários e benefícios. O sindicato da categoria argumenta que os altos preços das passagens aéreas têm gerado crescentes lucros para as empresas, segundo o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas).

O acordo ainda está em discussão entre os sindicatos dos trabalhadores do setor e das empresas aéreas. A greve não atingirá voos com órgãos para transplante, vacinas ou pacientes em atendimento médico, assegurou o SNA.

O que dizem as companhias aéreas

A Latam informou que está em “negociação com o Sindicato Nacional dos Aeronautas desde o início de setembro para construção do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e aguarda convocação de assembleia”.

“Embora entendamos que o movimento de greve convocado para o dia 19/12 está relacionado à negociação do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) […~a companhia está acompanhando a evolução da negociação da convenção coletiva e qualquer eventual ação que possa impactar em suas operações, os clientes serão devidamente orientados e terão observados os direitos previstos na regulamentação”, concluiu.

O SNEA enviou nota na noite desta quinta-feira (16) informando, em nome das aéreas, que ofereceu reajuste de 100% do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) para o piso salarial, mesma correção para as diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além da garantia da data base de 1º de dezembro e todas as cláusulas financeiras e sociais da Convenção Coletiva enquanto as negociações estivessem em curso.

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A reportagem não obteve retorno da Azul e da Gol até o fechamento. O espaço está aberto.

Reinvindicações

Os profissionais do setor aéreo reivindicam também melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações nas mesmas, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.

“É importante destacar que as próprias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como também demonstram notícias publicadas na imprensa, que o setor aéreo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do período pré-pandemia. Além disso, a procura por passagens aéreas aumentou e os preços impostos aos passageiros subiram drasticamente. No entanto, as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas. Os pilotos e comissários de voo do Brasil contam com a compreensão da sociedade e com o bom senso das companhias aéreas para evitar transtornos”, informou o sindicato, em nota.

Via ND+