Saúde

Após queda de 80%, número de suicídios volta a subir na região

Foto: Divulgação

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Os números apresentados pelos órgãos de segurança e saúde, em especial a Cruz Vermelha e Instituto Médico Legal de Criciúma, chamam a atenção para o retorno no número expressivo de suicídios na região carbonífera. Além de Criciúma, as cidades de Urussanga, Lauro Müller e Orleans despontam em maior número de ocorrências.

Entre abril e junho de 2014, houve queda de 80% no número de casos. Segundo o integrante do IML de Criciúma, Almir Fernandes, resultado da mobilização conjunta aos veículos de comunicação, órgãos de saúde e demais entidades de classe.

“Foi um período de mobilização. Sentimos a mudança. A busca das pessoas com problemas psicológicos junto a rede de saúde dos municípios foi maior  e evitou muitas mortes, como o caso do projeto Criciúma Viva. Depois disso, a mobilização parou e o número de ocorrências voltaram a subir’, destaca Almir.

Segundo dados, somente em 2015 foram registrados 43 casos na região. “Poderia ter sido mais. Pelo menos 10 pessoas sobreviveram graças a mobilização e o apoio das entidades”, enfatiza Almir.

Ainda segundo levantamento, 40% dos óbitos tiveram tentativas anteriores.

Nos próximos meses, a Equipe Multi-institucional (grupo de voluntários de órgãos de segurança) deverá intensificar as mobilizações novamente, tendo também como apoiador a Associação Industrial e Comercial de Criciúma. “Tivemos a sinalização do apoio através do presidente Cézar Smieléviski e retornaremos com a mobilização na região nos próximos meses”, adianta Almir.

Aumento dos casos em jovens

“Há 10 anos, os casos eram registrados principalmente em pessoas de idade média e idosas, residentes do meio rural. De lá para cá, este perfil mudou. Agora, adolescentes de 10 a 13 anos, por desavença de namoro, entre outros casos, simplesmente tiram a vida”, alerta Almir.

“Os pais não podem subestimar seus filhos. A pessoa está sofrendo. Aquilo é um sinal. Um pedido de socorro”, alerta.

Linha da Vida

O Centro de Valorização a Vida (CVV) é uma ONG internacional que oferece um serviço gratuito, por voluntários que se colocam disponíveis à outra pessoa em uma conversa de ajuda e preocupados com os sentimentos dessa pessoa através do telefone. As pessoas podem ligar em qualquer horário do dia no 141, ou através do 48-3439 0222.

Almir lembra também que as pessoas podem buscar ajuda nos seus municípios através do NUPREVIPS (Núcleo de Prevenção a Violência e Promoção a Saúde), CAPS (Centro de Atenção Psico-Social), CERES (Assoc. Criciumense de Apoio a Saúde Mental), CEREST (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador), A.A (Alcoólicos Anônimos).

“Temos que ter cautela na divulgação desses casos de suicídios, porém não devemos fechar os olhos para o problema. Além do compromisso social que devemos ter, mais do que evidente, é uma questão de saúde e segurança publica, pois esses casos só perdem em números de ocorrências com os acidentes de trânsito”, finaliza Almir.