Sonho do garoto foi realizado durante a tarde desta terça-feira (12) com a ajuda da equipe do CRAS Vila Miguel.
“Mãe, olha lá, a casa da Márcia está pegando fogo”. “Que nada João, é impressão tua. Pode ver que estão queimando roupas ou pneus”. “Não mãe, é fogo na casa da Márcia. Vem ver”.
Esta foi a conversa que separou o início do incêndio ocorrido na casa da vizinha, visto pelo João Vitor Costa Barbosa, 18 anos, e sua mãe, Elizabeth Hipólito, que não mediu esforços para junto do outro filho, João Vitor Hipólito Fontanella, 20, salvar a família que se encontrava no interior da residência, no dia 25 de janeiro deste ano, no bairro São Marcos, em Criciúma.
Depois de uma série de contatos com a equipe do 4º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), a equipe do CRAS Vila Miguel, possibilitou nesta terça-feira (12), que o herói João Vitor, que possui deficiências intelectuais, realizasse o sonho de conhecer a corporação, que ele só tinha visto no dia do incêndio.
Segundo a assistente social do CRAS, Graziela Lourenço, que realiza atendimento às famílias, somente através da esperteza do garoto foi possível salvar toda família, já que a casa incendiou rapidamente. “O João acompanhou o iniciar do fogo e na mesma hora já chamou pela mãe, que levou alguns minutos para acreditar. Quando ela se deu por vencida com as afirmações do filho, agiu rapidamente com a ajuda do filho mais velho. Eles até tentaram apagar o fogo, mas não foi possível, pois consumiu a casa rapidamente. Ficamos muito felizes por eles terem salvo quatro vidas e principalmente pela percepção rápida do João”, declara Graziela.
O fogo iniciou numa cortina do quarto e rapidamente se alastrou pelas paredes e teto. No momento do incêndio havia no interior da residência quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças. Os bombeiros foram acionados e logo contiveram as chamas.
A casa ficou completamente destruída com o desastre.
De acordo com o sargento do 4º BBM, Anísio Arthur da Silveira, que atua na sessão de instrução, a bravura do garoto não podia passar despercebida. “Ficamos sensibilizados com a história do menino João, que ajudou a salvar a vida desta família. Por isso convidamos o garoto para conhecer a corporação e ver algumas pessoas que atuaram na ocasião. Infelizmente, a família perdeu tudo o que tinha, mas não perdeu o mais valioso, que é a vida, graças ao João”, destaca Silveira.
Para a mãe do garoto, o ato do filho foi um milagre, já que nem sempre sua atenção está voltada para casos assim. “Foi Deus que fez com que o João estivesse brincando na rua naquele momento. No começo eu fiquei desconfiada do que ele estava falando, como ele insistiu muito fui ver, na mesma hora pensei, vou ajudar a minha vizinha, pois se fosse comigo queria o mesmo. Pensei muito nas crianças que sempre brincavam ali junto com o meu. Para mim foi um milagre pela situação que ficou a casa, ninguém sair ferido. Só mesmo a presença do João, que agiu como um anjo na vida daquela família”, ressalva Elizabeth.
Colaboração: Milena dos Santos – Decom Criciúma
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