Segurança

Apreensões de fuzis disparam em SC e revelam avanço do crime organizado

Registros em 2022 quase duplicaram em relação ao ano anterior, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública

Foto: PMSC/Reprodução/ND

As forças de segurança de Santa Catarina apreenderam 19 fuzis em 2022. É quase o dobro do que o apreendido nos anos anteriores: em 2021, os policiais encontraram 11 fuzis ilegais. No anterior foram 12, revelam dados da SSP/SC (Secretaria de Segurança Pública do Estado).

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Até agora, os dados de 2023 estão na média do registrado até 2022. Até o início de julho foram apreendidos 5 armas desse tipo. De acordo com a pasta, não há dados sobre a origem das armas.

“É uma das situações que está preocupando a polícia. O criminoso comum não usa fuzil. Você não vai assaltar uma padaria com fuzil. Isso é arma do crime organizado”, pontua o secretário de Segurança Pública, Paulo Cezar Ramos de Oliveira.

“É um número que chama a atenção. Era uma situação rara e agora, qualquer operação que a polícia faça, acaba apreendendo armas dessa natureza”, destaca Oliveira.

A pasta também vê o aumento de homicídio no Estado como reflexo da atuação das facções em Santa Catarina. A taxa de mortes violentas no Estado voltou a registrar alta neste primeiro semestre de 2023. Foram 305 casos frente a 288 no mesmo período do ano anterior.

“Estamos detectando sintomas no que existe de periférico por trás desses crimes. Não só os homicídios, mas também o armamento que usam por exemplo”, destaca o titular.

Dilemas da Segurança Pública em SC

Conforme o ND+ mostrou na reportagem especial “Concursos e investimento de R$ 86 mi em infraestrutura: os 6 meses de Jorginho na Segurança”, as inteligências do Estado observam uma movimentação de facções em território local.

“Temos o maior número de portos, que é o melhor meio de transportar grandes quantidades de substâncias entorpecentes”, justifica Oliveira. “É a cereja do bolo para essas organizações”.

O Estado tem cinco portos ativos, em Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul, Itapoá e Imbituba.

O município de Joinville, no Norte do Estado, é a cidade catarinense que teve a maior alta: foram 32 mortes violentas neste primeiro semestre – 13 a mais do que o documentado no mesmo período do ano anterior.

Depois vem Criciúma (aumento de 6 casos neste ano), no Sul, e as litorâneas Itapema e Balneário Piçarras (alta de 5 e 4 homicídios, respectivamente).

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“Há uma determinação geográfica desse aumento, que é Joinville. Como é uma cidade próxima a Curitiba, atendida pela BR-101 em larga escala, além de outras razões estratégicas. Entre eles [as facções], estão brigando para se instalar e iniciar a partir de Joinville, o que produz muitas mortes”, destaca o secretário.

De acordo com Oliveira, as forças de segurança catarinenses atuam para mapear a atuação dessas organizações. “Percebemos forte interesse em lavar dinheiro em Balneário Camboriú, devido ao valor dos imóveis”, ilustra.

Com informações do ND+

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