Geral

Ciclista percorrerá 50 países

A jornada deve durar três anos e se transformará em um livro.

Foto: Alice Goulart Estevão/Notisul

Foto: Alice Goulart Estevão/Notisul

Quarenta mil quilômetros, 50 países, um homem. Essa é a história de Caio Blanco que, aos 50 anos, decidiu deixar sua vida para trás para seguir uma aventura que deve durar três anos. 

O desejo surgiu em 2006 quando acompanhou a viagem de Arthur Simões, ciclista que deu a volta ao mundo. A vontade começou a ser colocada em prática quatro anos depois quando um médico o alertou sobre seu sedentarismo. Ao lembrar-se de como gostava de andar de bicicleta quando era criança, Caio decidiu utilizá-la como forma de exercício.

O planejamento iniciou em 2013, com a decisão por quais lugares gostaria de passar. Ontem, ele passou por Tubarão e contou que a rota mudou várias vezes. "Tentei incluir os países que mais queria visitar, outros foram incluídos por estarem perto”, afirma.

Finalmente, o percurso começou no dia 20 de fevereiro deste ano, dois dias depois do seu aniversário cinquentenário. A partida foi na casa onde nasceu em Londrina, no Paraná. Desde então, são em torno de 80 quilômetros pedalados por dia. A distância foi determinada para que não houvesse risco de lesão e dor. Por dia, o ciclista consome entre três a sete litros de água, dependendo do clima e a dificuldade do percurso.

“Desde Londrina, perdi sete quilos. Na avaliação médica que fiz antes de iniciar o percurso, foram identificados dois problemas: duas pedras pequenas no rim e gordura localizada no fígado. Meu médico recomendou que eu fizesse exercício três vezes por semana”, explica. É tranquilo afirmar que a recomendação foi cumprida e superada.

As paradas para renovar as energias

Para descansar, Caio procura campings, postos ou casas de conhecidos. “As pessoas são muito solidárias. Só fiquei em pousada duas vezes por causa de chuva. Em uma, o dono se comoveu com minha história e não cobrou, e na outra paguei um valor bem abaixo da tabela”, revela. Atrás da sua fiel bicicleta está uma carretinha com todos os seus pertences: roupa, fogareiro, panela, comida, peças de reposição, notebook, máquina fotográfica e entre outros itens. Todo peso carregado soma 40 quilos.

Dificuldade

A maior dificuldade tem sido encontrar água para beber, já que nem sempre os pontos de parada, como os postos de gasolina, oferecem água potável gratuitamente. Quando um ponto é encontrado, todas as reservas e garrafas são recarregadas.

Apoio

Para conseguir recursos, conforme o site Notisul, Caio contou com a ajuda da filha e o genro para ir atrás de patrocínios e montou um site de financiamento coletivo. “Também tenho algum dinheiro guardado, mas sei que ao longo desses anos terei que trabalhar para complementar. Foi difícil conseguir apoio sem estar viajando e tendo algo para mostrar”, completa.

E depois…

“O mais legal é descobrir o sonho das pessoas. Sou obrigado a parar várias vezes porque todos ficam curiosos. Eu conto minha história e os outros compartilham a delas”, relata. Tudo é registrado em um diário, que Caio pretende transformar em livro quando a viagem acabar. A parada em Tubarão foi para visitar familiares que residem na cidade. O próximo ponto a ser visitado é Laguna, hoje. Depois Blanco segue para Porto Alegre, onde sua namorada irá encontrá-lo. A viagem pode ser acompanhada pela Fan Page “50 anos 50 países de bicicleta” no Facebook.