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Clínica de psiquiatria do Hospital São Marcos é fechada

Prejuízo mensal de R$ 20 mil é apontado como principal motivo do fechamento da instituição

Inaugurada em 1997, a clínica de psiquiatria do Hospital São Marcos, em Nova Veneza, fechou as portas nesta sexta-feira. O motivo foi o prejuízo constatado pela instituição, que chegava a R$ 20 mil por mês, inviabilizando a continuidade do trabalho.

Segundo o consultor técnico da direção do São Marcos, Adjalma Mastella, a administração da clínica era terceirizada para uma empresa que todos os meses repassava 50% do valor arrecadado para o hospital e ficava com os outros 50%. O hospital, por sua vez, cobria todas as despesas da clínica, como o pagamento dos funcionários, alimentação dos pacientes, água, internet, telefone e demais contas. Porém, um levantamento feito há dois anos constatou o prejuízo. “Quem bancava todas as despesas era o hospital e nós percebemos que esse dinheiro, que variava de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês e era retirado do hospital ou da Congregação (das Irmãs Beneditinas da Divina Providência), poderia ser investido no próprio hospital e estava nos dando esse prejuízo”, comentou Mastella em entrevista para o site Clicatribuna.

O consultor explica que a instituição tentou negociar uma nova forma de contrato, mas a empresa terceirizada não manifestou interesse em viabilizar a negociação. A estrutura possui 12 quartos, com capacidade para 24 leitos e possibilidade de estender o atendimento para 30. A clínica nunca atendeu pacientes do SUS, apenas particulares e de convênio.

A decisão de fechar o local, no entanto, não foi tomada da noite para o dia. De acordo com Mastella, uma cláusula do contrato com a empresa exigia o aviso prévio de um ano para o fechamento. “O aviso foi dado no dia 11 de fevereiro de 2012 e agora que fez um ano a clínica foi fechada”, comenta.

Com o tempo de preparação, nenhum paciente foi prejudicado. “A média de tempo de internação é de sete a 30 dias, então, há algumas semanas já não estava mais sendo realizada a internação de novos pacientes e aqueles que estavam internados receberam alta”, afirma Mastella.

Quanto aos 18 funcionários que trabalhavam no local, o consultor declara que a maioria será reaproveitada no próprio hospital. “Mas, infelizmente, alguns terão que ser demitidos. No mínimo cinco”, lamenta.

Estrutura deve ser alugada

Com o fechamento da clínica, a provável destinação da estrutura deverá ser o aluguel para uma empresa, instituição ou até mesmo pessoa física. “A Congregação já vem recebendo algumas propostas de aluguel da estrutura, são muitos os interessados em alugar. A intenção é de continuar prestando um serviço na área da saúde, até mesmo uma clínica psiquiátrica ou uma instituição de longa permanência para idosos, mas sem a responsabilidade do hospital na administração. Porém, se nenhuma proposta for vantajosa o local ficará fechado”, adianta Mastella.