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Criciúma: Audiência no TRT pode firmar reajuste aos metalúrgicos

Trabalhadores pedem 3,11%, mas patronal oferece apenas o INPC; acerto pode fechar em 3%

Divulgação

Na madrugada de ontem, os metalúrgicos de Criciúma entraram em greve. Houve paralisações em duas empresas na cidade, devido ao impasse na negociação do reajuste da categoria, congelada em maio e que retornou à pauta em meados de agosto. Os trabalhadores pedem 3,11%, enquanto a classe patronal ofereceu 2,46%. A expectativa de ambos os sindicatos é para um acordo hoje à tarde, em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A reivindicação dos trabalhadores é por um reajuste real no salário: ou seja, acima do Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) do acumulado anual em abril. A negociação deveria ter acontecido em maio, mas devido à troca de comando do sindicato dos trabalhadores, ela foi adiada para o dia 31 de julho.

Desde então, alguns acordos foram firmados entre trabalhadores e empresas: no Caravaggio, por exemplo, houve um acerto para o reajuste de 3%. É essa a argumentação do Sindicato dos Metalúrgicos de Criciúma e região para que haja o mesmo acerto na área de atuação.

“A gente tira em assembleia a pauta para reivindicação. Como hoje nessa livre negociação o patrão nem o INPC é obrigado a reajustar, a gente senta e diz que o INPC não se negocia, que só negociamos o aumento real. Chegamos ao 3,11%, mas como fechamos no Caravaggio em 3%, obviamente que fechamos nesse valor em Criciúma”, afirma João Batista da Silva, o Boca, presidente do sindicato.

Paralisações

No entanto, a classe patronal não fechou decisão no sentido dos 3% de reajuste: a proposta apresentada até o momento é de 2,46%. Porém, individualmente, o sindicato dos trabalhadores afirma que houve conquistas.

Foram duas empresas paralisadas ontem: a Olivo e a Sical. Na primeira, os cartazes de greve foram retirados após a proposta entendida pelo sindicato como viável: a de 3%. Segundo Boca, caso não haja evolução na audiência conciliadora no TRT, outras paradas devem ser organizadas. Porém, a expectativa é pelo acordo.

José Carlos Sprícigo, presidente do Sindimetal  (sindicato patronal) também opina que o acerto entre as partes deve acontecer hoje, desde que haja flexibilização dos dois lados.

“Nós não podemos ser comparados, por exemplo, com o sindicato do Caravaggio, porque nós atingimos até Passo de Torres, são 28 municípios. Provavelmente na audiência de mediação certamente vai se chegar a um acordo, cada um cede um pouco”, projetou o presidente do Sindimetal.

Segundo Sprícigo, o setor metalúrgico é diverso e cada seguimento enfrenta uma realidade, outro agravante para o não cumprimento da solicitação trabalhadora. “Nem todas as empresas, são mais de 130 representadas, estão passando por bom momento. Quem está ligado ao agronegócio tem uma resposta mais rápida do mercado. As que não estão no agro passam por muitas dificuldades, principalmente as menores”, aponta.

“A partir de novembro, as empresas começam a pagar os parcelamentos (de benefícios em meio à pandemia). A dificuldade de caixa é muito grande. Dá para conciliar, nós sempre fomos abertos à negociação e amanhã (hoje) teremos êxito nessa negociação”, conclui.

Retroativo

O sindicato dos trabalhadores cobra a retroatividade no reajuste: ou seja, que seja pago o valor desde maio deste ano, quando deveria ter ocorrido a negociação. Na Olivo, a decisão foi aceita pela diretoria.

Com informações do TNSul

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