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Dedicação e amor incondicional sem discriminação

Chefe de expedição dos Supermercados Manentti, Riberto Milioli Paganini se divide entre o trabalho, o lar e a dedicação aos filhos

Ele acorda de madrugada e começa a trabalhar às 5 horas. Até as 13h30min o lado profissional se sobressai, se preocupando, exclusivamente, com os problemas do serviço no depósito dos Supermercados Manentti. Só à tarde vai para a casa, e aí o trabalhador dá espaço ao marido, pai, dono do lar. “Se todo homem fosse 20% do que ele é, o mundo seria perfeito”, comenta a esposa, Cristiane Pereira Cardoso. Esta é a rotina de Roberto Milioli Paganini, chefe de expedição no Manentti em Nova Veneza. Trabalhador que, após anos de luta e muita dedicação aos filhos, se orgulha ao dizer que o maior presente que recebeu na vida foi a família. “É neles que eu penso em primeiro lugar. Minha família é tudo para mim, sem eles, não sei o que eu seria”, comenta.

Roberto conheceu Cristiane no supermercado. Trabalhavam juntos e, após algum tempo de namoro, resolveram se casar. “Saímos de férias para organizar as coisas para a cerimônia e festa. No entanto, não me senti muito bem, procurei um médico e descobri que já estava grávida”, conta ela. Os preparativos foram apressados e, em poucos meses, o casal uniu-se em matrimônio. Na época, tudo corria aparentemente bem, os exames foram feitos como deveriam ser, mas Cristiane teve pré-eclampsia, com aumento na pressão arterial.

Por conta disso, a filha do casal, Letícia, que hoje tem nove anos, nasceu com paralisia cerebral. “Ela nasceu de sete meses, com 1,750 quilo, e teve de ir para Tubarão, porque aqui não tinha UTI neo-natal. Ficou lá durante 28 dias, perdendo peso diariamente”, conta a mãe. Roberto, neste período, trabalhava o dia todo para garantir a renda mensal e à noite seguia para Tubarão, para ficar junto da esposa e da filha. De manhã cedo voltava para Criciúma e assim fez diariamente. “Eu tinha que ser forte, segurar a barra porque no começo foi muito difícil. A menina era muito frágil. Quando tudo parecia estar certo, eu não aguentei e cai em depressão. Fiquei seis meses em casa, me recuperando para continuar a cuidar da minha pequena e da minha família”, comenta.

A descoberta da paralisia, do desespero à aceitação

A família só descobriu que Letícia tinha paralisia quando ela completou quatro meses. “O médico disse que ela não enxergaria, não ouviria, teria os bracinhos tortos. Entramos em desespero, só o tempo mesmo foi acalmando. Fomos nos conformando e, acima de tudo, amando a nossa pequena”, fala o pai. Hoje, Leticia é a alegria da família, e junto do irmãozinho Gabriel, de cinco anos, faz a felicidade dos pais. “Ela não anda e neste ano começou a ter convulsões, mas fala, ouve, vê, é uma menina linda e muito sorridente. Minha felicidade e alegria. Faço tudo por ela e pelo Gabriel, cozinho, limpo, brinco. Eles são a minha vida”, explana Roberto.

Há cinco anos, o casal fundou uma Organização Não-Governamental (ONG) em Criciúma para prestar apoio a crianças que sofrem com paralisia cerebral. No entanto, por falta de recursos a entidade está diminuindo os cuidados prestados à sociedade. "A intenção sempre foi ajudar as famílias que sofrem com isso. No começo, o susto é grande, mas depois acabamos vendo que o problema não impede ninguém de ser feliz. A nossa Letícia é a prova. Ela é feliz e nos faz feliz", complementa o pai.

Colabopração: Samira Pereira/Ápice Comunicação