Especialistas comentam sobre direitos e cuidados com público da terceira idade
Neste sábado (1º) é comemorado o Dia Nacional do Idoso. Segundo dados de pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população com mais de 60 anos cresceu 39,8% em menos de 10 anos. Além disso, a expectativa é que esse número seja maior ou igual ao de crianças e adolescentes entre 0 e 15 anos até 2050.
Ainda segundo dados do IBGE, mais de 4 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivem sozinhas no país. Com a mudança na pirâmide etária brasileira, especialistas ressaltam sobre a necessidade de políticas públicas e um novo olhar da sociedade para o público.
Direitos
Ao mesmo tempo, ao longo dos anos o público teve importantes conquistas, com direitos asseguras pela lei. A advogada Adriana Martins Silva, especialista nas áreas Cível, Família e Sucessão, destaca que uma das grandes conquistas foi a criação do Estatuto do Idoso, em 2003 – o qual trata das obrigações da família, da sociedade e do poder público.
“Além de relevante, o papel da família para a qualidade de vida do idoso está previsto em lei. Antes mesmo, em 1988, a Constituição Federal já consolidava a responsabilização civil dos familiares, em especial dos filhos. E essa responsabilidade não se limita à velhice, podendo ser cobrada também em momentos de carência ou de enfermidade”, explica a advogada.
Outro direito que é garantido por lei é o atendimento prioritário aos idosos, especialmente na área da Saúde. Conforme a advogada, precisa ser respeitado. Contudo, ela explica que o atendimento prioritário não faz distinção e se estende, segundo a lei, aos idosos e às pessoas com deficiência, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e obesos.
Já o Estatuto do Idoso, por sua vez, destaca a prioridade especial aos maiores de 80 anos em relação aos demais idosos.
Afeto da família na saúde do idoso
A mestre em educação e professora de Psicologia, Renata Mikoszewski, lembra que o cuidado e atenção com os idosos não é apenas uma obrigação legal, mas são fatores que devem estar presentes na relação com a família. “O bem-estar biopsicossocial agrega mais qualidade de vida e pode diminuir ou evitar doenças como a depressão”, ressalta.
Para a professora é fundamental que a família conheça o processo de envelhecimento, aprenda e respeite certos comportamentos da terceira idade. “ Os conflitos entre as gerações não podem ser evitados, mas podem ser devidamente gerenciados”, observa.
Responsabilidade da sociedade e do poder público
A advogada Adriana Martins explica ainda que o bem-estar dos idosos não cabe apenas à família. Mas que deve ter suporte também de serviços de apoio, aconselhamento, programas de saúde mental, familiar e serviços suplementares.
“A sociedade e o poder público devem fazer a sua parte e garantir recursos e estrutura para o atendimento geriátrico, além de providências em relação à previdência social”, afirma a advogada.
A professora de psicologia acrescenta que a melhoria da infraestrutura da rede hospitalar e políticas públicas focadas nas necessidades dos idosos são outras providências importantes.
Via ND+