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Equipe criciumense de combate a tuberculose é destaque em todo país

Mais de 80% dos pacientes tratados chegam à cura no município

Paulo Hansen (Foto: Lucas Sabino)

Paulo Hansen (Foto: Lucas Sabino)

“Eu achava que eu iria morrer. Estava vivendo 24 horas em cima da cama”. O relato é de Ozias Inácio Marques, que há cinco meses terminou seu quarto tratamento contra a tuberculose. A doença, adquirida durante o tempo que Marques passou na prisão, foi difícil de ser vencida, mas atualmente, sete anos após o contágio e já fora do cárcere, Ozias agradece o empenho da equipe da vigilância epidemiológica, que o tratava todos os dias em casa nos últimos meses, sem exceção de finais de semana e feriados, além da equipe da Secretaria do Sistema de Saúde, especialmente os presentes na Unidade do seu bairro, Cidade Mineira Nova.

“Meu primeiro tratamento foi dentro do próprio presídio, mas não me curei. Eu adquiri a doença lá dentro e a bactéria já estava resistente a medicação, o que piorou minha situação”, contou Ozias. Ex-usuário de drogas, hoje ele lembra que a dependência também foi um fator plenamente prejudicial aos seus tratamentos. “Eu estava com imunidade baixa, desta forma não conseguia ficar curado”, afirmou.

De acordo com o coordenador da vigilância epidemiológica, Paulo Hansen, casos como o de Ozias são comuns em Criciúma. “A cidade tem dezenas de incidências de tuberculose ao ano. Em 2012 tivemos em média 80 casos, sendo muito deles de pessoas que tem baixa imunidade. Desta forma temos um equipe preparada para auxiliar todos os tipos de pessoas, desde técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos a assistentes sociais que realizam trabalhos nos presídios”, explicou Hansen.

Quem também fica grata a todo este trabalho é a mãe de Ozias. Dona Zenair Inácio Marques recorda como foi bem tratada pela equipe da vigilância, que fez questão de realizar exames de raio-x e aqueles que eram precisos para certificar-se de que eles também não estavam contaminados. “Fomos muito bem tratados. Graças a Deus este é um ponto muito bom na saúde criciumense e que merece ser reconhecido”, analisou Zenair.

Trabalho reconhecido
                     
No último mês, a equipe da vigilância epidemiológica esteve em Brasília para representar Santa Catarina. O trabalho de adesão ao tratamento da tuberculose criciumense foi considerado destaque em todo o Estado, também como a da cidade de Blumenau. “Estamos entre as melhores equipes do Estado e temos certeza do bom trabalho que temos desempenhado para atender à população”, avaliou Paulo Hansen.

Já no próximo mês, a equipe exemplo voltará a ser modelo para Santa Catarina. Equipes técnicas das cidades de Tijucas, Florianópolis, São José e Palhoça visitarão Criciúma para conhecer a estrutura local. “Queremos continuar sendo eficientes. Certamente o reconhecimento não é nosso foco, mas sim manter os níveis de cura que temos aqui que somam mais de 80% de todos os casos atendidos”, reiterou Hansen.

A secretária do Sistema de Saúde, Geovânia de Sá, comemora os resultados alcançados pela equipe. “Nós trabalhamos para que todos os serviços da secretaria sejam assim. Certamente esta conquista da equipe da vigilância epidemiológica merece parabéns porque é uma motivação ao nosso trabalho e àquilo que planejamos”, destacou.

Colaboração: Matheus Reis/Decom PMC