Saúde

‘Extremamente raro’, diz médica sobre paralisia supostamente causada por vacina

Ministério da Saúde reforça que efeito acontece "muito raramente" e desmente se tratar de poliomielite

Foto: Divulgação/Ilustrativa

O Ministério da Saúde descartou, nesta sexta-feira (7), um caso de poliomielite em criança de 3 anos no Pará. Segundo a pasta, o Brasil continua sem nenhum caso de poliomielite desde 1989. O caso está “supostamente ligado” à vacinação contra poliomielite.

O paciente teve paralisia flácida aguda, e um exame de fezes detectou o vírus da pólio. No entanto, uma investigação de autoridades sanitárias descobriu que a criança havia tomado uma vacina de vírus atenuado (oral) antes de ter recebido a vacina de vírus inativado (injeção).

O Ministério da Saúde afirmou em nota que a paralisia é “supostamente atribuível à vacina” oral, pois “na caderneta de vacinação da criança não consta registro de VIP (vacina inativada poliomielite), que deve ser administrada anteriormente à VOP (vacina oral poliomielite)”.

Raridade do evento

De acordo com Vidor, “ter evento adverso por conta da vacinação é extremamente raro”. A mesma ideia foi reforçada por Daniel Mansur, médico imunologista e professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Segundo o professor, o caso é muito, muito raro. A bula do próprio imunizante diz que a paralisia causada pela vacina pode acontecer em 0,01% das pessoas.

O Ministério da Saúde traduziu a porcentagem em números no Brasil. Dos 764 milhões de doses de VOP aplicadas em crianças de todo país ocorreram somente 50 casos de pólio vacinal. A partir de 2012, com a introdução do esquema sequencial VIP/VOP, não ocorreram mais casos de pólio vacinal no país.

Mansur informou que a vacinação adotada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) que combina a VOP e a VIP torna “praticamente impossível” que casos como o da criança se repitam.

A afirmação do professor é semelhante a do Ministério da Saúde que escreveu em nota que “o risco de paralisia flácida aguda com a VOP é muito raro e que, quando a VOP é aplicada como reforço, após o esquema básico com a vacina VIP, esse risco é praticamente nulo”.

Caso não muda cenário brasileiro contra a poliomielite

De acordo com o Ministério da Saúde, é importante reforçar que poliovírus Sabin Like 3 detectado nesse caso no estado do Pará não tem caráter transmissível e não altera o cenário epidemiológico no território nacional, ou seja, não há casos confirmados de poliomielite no Brasil desde o ano de 1989 e o país segue com a certificação de eliminação da Poliomielite.

Via ND+

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