Segurança

Família diz que corpo no IML é de vítima de naufrágio, em Imbituba

Enquanto aguarda DNA, mulher diz enfrentar dificuldades com burocracia. Acidente ocorreu em 20 de outubro; corpo foi encontrado no início do mês.

Foto: Hilda Gastaldi / Arquivo Pessoal

Foto: Hilda Gastaldi / Arquivo Pessoal

A mulher de um dos pescadores desaparecidos após um naufrágio em Imbituba, no Sul catarinense, em 20 de outubro, afirma que o corpo do marido dela foi encontrado em 3 de novembro em Florianópolis. Até esta quinta-feira (24), ele não havia sido oficialmente identificado e seguia no Instituto Médico Legal – IML de Balneário Camboriú, no Litoral Norte.

Hilda Gastaldi disse que passa dificuldades, que não recebe apoio da empresa dona do barco e que precisa da identificação do marido, Ricardo Gastaldi, para receber a rescisão. A reportagem tentou contato com a JS Pescados, mas não obteve êxito. O IML afirma que foi preciso fazer exame de DNA e que a análise é complexa e leva tempo.

O barco pesqueiro naufragou a 80 quilômetros da costa de Imbituba. Outra embarcação que estava na região, proveniente de Antígua e Barbuda, foi acionada pela Marinha para ajudar no resgate.

Ainda na manhã do naufrágio, 17 pessoas foram resgatadas com vida pela embarcação estrangeira. Um homem morreu e seis ficaram desaparecidos.A Marinha encerrou as buscasno dia 31 de outubro.

Difícil identificação

Segundo Hilda, o corpo ficou preso em uma rede de pesca em Florianópolis e foi encaminhado para o IML de Balneário Camboriú. "Ligaram para nós e a gente foi. Eu, minhas duas filhas, minha sogra, meu sogro, minha cunhada e meu cunhado e todo mundo achou 100% que é ele. Só que não liberaram o corpo, tinha que fazer exame de sangue".

O gerente da 7ª Gerência Mesorregional do Instituto Geral de Perícias – IGP, Rudy Cezar Oliveira, afirma que o corpo chegou ao IML "em estado de difícil identificação". Neste caso, foi preciso fazer o exame de DNA.

Ele explica que o teste "só é feito quando tem extrema necessidade". "É caro, é complexo e a demanda do estado é muito grande. A nossa condição física não nos permite ficar com corpos e sabemos da agonia das famílias. O IML não tem interesse nenhum em atrasar a liberação", afirmou.

Rudy explicou que não foi possível identificar o corpo por nenhum outro método e por isso foi preciso fazer o DNA. "Já houve um caso parecido, de a família identificar e uma semana depois a pessoa aparecer viva. A gente entende todo o lado da família, só que tem que aguardar, tudo tem prazo".

Enquanto o exame não fica pronto, Hilda conta que passa dificuldades. "A gente está de mãos amarradas, tem dívida e tudo, não consegue receber a rescisão", lamenta. "A empresa não está dando assistência nenhuma. A gente está sofrendo muito com isso. A gente está comendo porque os outros estão dando".

"Eu acredito que em breve o resultado já saia, para levar uma certeza para família, isso é o mais importante. A gente espera que seja semana que vem", disse o gerente da mesorregional do IGP.

Com informações do site G1/SC