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Fora da área de serviço: Orelhões foram do essencial à extinção em SC

Santa Catarina é o Estado da região Sul onde existe o menor número de aparelhos, com 4.688 telefones públicos no total. Operadora diz que média é igual ou inferior a uma chamada por dia.

Divulgação

Um equipamento que já foi fundamental nas ruas brasileiras foi perdendo importância e está praticamente em extinção: o telefone público, mais conhecido com “orelhão”. Os mais vividos conhecem e, possivelmente, já precisaram comprar as famosas fichas, que na década de 1990 foram substituídas pelos cartões telefônicos para usar o serviço de telefone público em algum lugar do país.

Hoje tem que procurar muito para encontrar um nas ruas do Centro de Florianópolis. E os encontrados não estão apenas mudos, mas sujos e depredados, com os fios amarrados, sem partes do fone ou totalmente destruídos.

Daqui para a frente, eles vão ficar cada vez mais raros. O Brasil atingiu o apogeu dos orelhões em 2001, com 1,38 milhão de unidades. Hoje, duas décadas depois, segundo dados Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) são apenas 149.392 aparelhos. Deste total, 48.421 estão em manutenção, ou seja, 67,59% estão disponíveis para uso da população.

Santa Catarina é o Estado da região Sul onde existe o menor número de aparelhos, com 4.688 orelhões no total, sendo 3.213 disponíveis e 1.475 em manutenção, ou seja 68,54% estão em disponibilidade.

Apesar destes aparelhos constarem no site da Anatel como aptos para uso, muitos deles estão sem funcionar ou já foram retirados por conta de vandalismo. Porém, quase nunca ocorre o conserto, visto que o serviço de telefones públicos não tem mais procura como antes.

Florianópolis é a cidade com o maior número de orelhões. São 278 no total, sendo 201 que estariam em funcionamento de acordo com os dados da Anatel. Em seguida aparecem Joinville com 211 e 163 funcionando; Criciúma com 138 e 95 em disponibilidade; Blumenau com 134 e 126 em operação e Lages com 119 instalados e 92 em funcionamento.

A reportagem testou oito telefones públicos em alguns pontos da cidade como Centro, Agronômica, Pantanal e Saco dos Limões para saber as condições dos aparelhos. Entre os locais visitados, na maioria dos orelhões não foi possível realizar chamadas.

O único existente na avenida Hercílio Luz, no Centro, tinha parte do fone quebrado. Na praça Getúlio Vargas, mais conhecida como Praça dos Bombeiros, os dois aparelhos existentes não funcionam. Um deles estava sujo e sem condições de uso.

Em defesa dos orelhões

Encontrar alguém que já tenha realizado ligações de um orelhão não foi tão difícil, mas deparar com uma pessoa que ainda utilize o serviço em meio a tanta tecnologia oferecida pelos aparelhos celulares seria “encontrar uma agulha em um palheiro”.

O taxista Pedro Paulo defende a importância de manter os orelhões em funcionamento – Foto: Leo Munhoz/ND

Há pessoas que defendem a importância de manter os orelhões em funcionamento. É o caso do taxista Pedro Paulo, que vê o telefone público como um item de necessidade. “Apesar que muita gente não ache, ainda é muito útil. É uma necessidade, apesar de ser coisa rara”, frisou.

Para ele, os orelhões podem ser úteis para pessoas de baixa renda que não podem manter um custo de um aparelho celular e até mesmo para uso em uma emergência. “Às vezes, o celular da pessoa descarregou e precisa fazer uma ligação, o orelhão resolve essa urgência”, pontuou.

O taxista condenou o abandono por parte da operadora de telefonia responsável pela manutenção. “É um desserviço para população. Já não tem muito e os que têm o aparelho está estragado”, completou ele ao observar o orelhão localizado na avenida Hercílio Luz.

Operadora diz que média é de uma chamada por dia

Procurada pela reportagem, a operadora Oi, responsável pelos aparelhos em Santa Catarina, reforçou que a utilização dos orelhões vem diminuindo a cada ano, em razão da expansão da telefonia móvel e do uso da internet. Atualmente, a Oi tem 125 mil orelhões espalhados pelo país. Desse total, a metade registra média igual ou inferior a uma chamada por dia.

A operadora defendeu que os recursos usados para manter os equipamentos em funcionamento poderiam ser aplicados em serviços que atendam às demandas atuais da sociedade.

“Há obrigações de serviços da telefonia que há muito tempo deixaram de refletir a realidade do mercado de telecomunicações, que mudou completamente por conta das transformações nos hábitos de consumo trazidas pelos avanços tecnológicos”, informou a Oi.

Com informações do site ND Mais

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