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Frigorífico deixa aproximadamente 70 funcionários sem pagamento, em Orleans

Foto: Ketully Beltrame / Sul in Foco

Foto: Ketully Beltrame / Sul in Foco

Aproximadamente 70 funcionários de um frigorífico de aves, localizado na saída para o Rio Novo, em Orleans, estão sem pagamento. Os trabalhadores iniciaram as atividades no dia 12 de agosto, com promessa de pagamento para o dia 5 do mês seguinte. Desde então, eles têm ido mais de uma vez por semana para a empresa com esperança de receber.

Outros direitos como carteira de trabalho assinada e vale transportes não são garantidos. Os trabalhadores recebem em média R$ 900. Em sua maioria, moram em localidades de Lauro Müller, e precisam arcar com R$ 120 de transporte. Conforme os funcionários, anteriormente outro frigorífico funcionava no local. Entretanto, a empresa faliu. O nome foi alterado e mais um sócio assumiu a direção e os trabalhos reiniciaram em agosto.

O frigorífico permaneceu em atividade durante 15 dias e os funcionários foram dispensados, com a alegação de que seria temporário. “Não estamos trabalhando agora, mas não é porque queremos, é porque não tem produção. Mas, mesmo assim, temos o direito de receber pelos dias que trabalhamos”, afirmaram eles. Além disso, os trabalhadores não conseguem recuperar a carteira de trabalho, que está em posse dos proprietários da empresa. 

“Eles dizem que o pagamento vai sair na terça-feira. Viemos até a empresa e eles dizem que vai sair na quinta-feira e, assim, sucessivamente. Já perdi as contas do quanto gastei com gasolina e com crédito no telefone. Se conseguíssemos pegar nossa carteira de trabalho para trabalhar em outro lugar, mas nem isso eles fazem”, contam. Nesta sexta-feira (25), representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Criciúma e Região estivaram no local.

Acordo

O vice-presidente, Vaneci Assunção Rodrigues, e o secretário de informação, Ademir Fernandes, conseguiram contato com os responsáveis pela empresa após diversas tentativas. Eles se comprometeram a pagar até na próxima sexta-feira (2). Às 14 horas, os funcionários se reunirão em frente à empresa junto com a assessoria jurídica e demais membros do sindicato. Caso não haja pagamento, entrarão com uma ação coletiva junto ao Ministério Público.

Contas atrasadas

Os funcionários se veem na situação de serem cobrados por contas que assumiram e não têm dinheiro para pagar. Fátima Aparecida Ribeiro, de 49 anos, mora com a filha, de 16 anos. O valor que tem para receber é a única renda da família. A menina foi diagnosticada com um tumor na perna direita.

A mulher dependeu do pai da filha para pagar a consulta médica no valor de R$ 280. Já R$ 100 em remédio, foram pagos com dinheiro de doação. Ela ainda terá outras despesas para o tratamento da filha, que está perdendo os movimentos da perna. “É uma situação muito difícil a sensação de impotência, quando se envolve problemas de saúde, tudo fica mais difícil”, disse ela.