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Guerreiro, Yan conta com apoio para continuar tratamento no exterior

Foto: Marcelo De Bona

Foto: Marcelo De Bona

Diferente das crianças da sua idade, que travam batalhas em brincadeiras, atividades esportivas ou jogos virtuais, a luta de Yan Pereira é para seguir vivo e melhorar a cada dia a sua qualidade de vida. Diagnosticado com paralisia cerebral, o pequeno guerreiro, de apenas 11 anos, vem vencendo desafios e apresentando evolução no seu quadro. 

Conforme o site Engeplus, a luta do menino e da sua mãe, Josiela Borges Pereira, teve início logo no seu nascimento, em 2004, devido à demora na realização do parto. "Não tive nenhum problema durante a gestação. Foi tudo perfeito durante o pré-natal. Mas o Yan passou da hora de nascer. Fui para o hospital com dor, por cinco vezes, e eles me mandaram embora, alegando que era manha de mãe de primeira viagem. Foi perdido muito tempo e ocasionou uma paralisia cerebral gravíssima", conta a mãe de Yan.

Atualmente, para poder oferecer um tratamento básico à Yan, no Brasil, seria necessário desembolsar cerca de R$ 9 mil, mensais. Mesmo não conseguindo fazer esse investimento em terapias ocupacionais, graças principalmente a dedicação de Josiela, o menino vem apresentando uma grande evolução. Ao nascer Yan tinha apenas 15% da cognação cerebral, e agora, no último exame, esse índice já atingiu 70%.

"O Yan luta muito para viver, mas luta com muito amor, porque ele quer viver. Ele gosta muito de música e de atividades. As pessoas que têm contato com ele sabem o quanto ele é amado. Acredito que isso o impulsiona. É uma luta diária. Ele toma um coquetel diário, de oito em oito horas, para evitar crises convulsivas ou ataques epiléticos. O Yan ainda necessita de um leite especial, sua única fonte de alimentação, ingerido via sonda. Ele não pode nem beber água. Nos dias de muito calor uso uma gaze para molhar a boca dele", descreve Josiela Borges Pereira. 

Antes do nascimento de Yan, Josiela trabalhava como assistente de pós-venda na área de produtos químicos. Abandonada pelo pai biológico da criança durante a gravidez, Josiela contou com o apoio dos seus pais, moradores do Rio Maina, para superar as dificuldades. "Foi um namoro de quatro anos que não deu certo. Os meus pais me acolheram neste período. Depois, quando o Yan tinha um ano e meio conheci meu esposo, que me pediu em casamento no leito do hospital, no primeiro coma do Yan, em 2005", recorda.

 "Assim que ele nasceu, ninguém mais me empregava. Então, fui trabalhar de palhaço e vender docinho. Depois de um tempo, apareceu o turismo. Trabalho cerca de 18 horas por dia com a agência de turismo, que funciona aqui em casa. Quando o tratamento dele necessita de mais dinheiro ainda tomo um energético e fico trabalhando a noite, tirando fio de roupa. Faz 11 anos que não durmo mais do que três horas por noite. Muita gente pergunta como consigo, digo que é somente na fé. Nunca tive tempo para ter depressão, e ainda consegui concluir a faculdade de jornalismo", completa. 

Esperança de tratamento no exterior 

Por meio das redes sociais, clientes da agência de turismo nos Estados Unidos acompanharam a luta de Yan e Josiela, e ofereceram amparo para o tratamento do menino em Massachusetts. “São três famílias, que têm filhos especiais. Eles já têm as diretrizes, as orientações. Existem médicos esperando o Yan para fazer a triagem. Lá ele fará a reabilitação neurológica, e uma cirurgia para reconstrução do quadril, porque o fêmur dele ficou solto em função de não encostar o pé no chão. A expectativa é que ele saia da cadeira de rodas e vá para um andador. Ele vai ganhar um tablet do governo para começar a se comunicar com a família. Esse tablet é adaptado para a reabilitação de fala. O Yan vai ter o que há de mais moderno no mundo”, destaca Josiela.

Para conseguir ter acesso ao tratamento ainda nesse ano, Yan necessita estar nos Estados Unidos, no máximo, até o final da primeira quinzena de setembro, quando começa o ano letivo no país. No entanto, o sonho da família esbarra na falta de recursos financeiros. O custo com as passagens e para a manutenção da mãe e do filho nos três primeiros meses longe de casa é de mais de R$ 100 mil. Até o momento, por meio de uma vaquinha on-line e de um pedágio, foi arrecadado pouco mais de 10% deste valor.

“Nossa luta é contra o tempo. O nosso voo tem que ser na primeira classe, porque o Yan vai deitado, com aparelhos ligados. São cerca de 15 horas de viagem, e o meu esposo vai ir junto. Conforme orientação médica,  é importante ele estar presente para dar apoio em caso de uma emergência no voo, até comigo. Além do custo das passagens, esse valor é para a gente se manter lá nos três primeiros meses, porque não teremos direito a plano de saúde até levantarmos toda a documentação e o governo nos amparar. Para não perder a vaga ele precisa estar matriculado em setembro, ou perderemos um ano importantíssimo no desenvolvimento dele. Os médicos explicam que todos nós temos até os 13 anos e meio de plasticidade neuronal, que é a capacidade do cérebro criar novos caminhos quando existe um problema. Então, o Yan tem apenas mais dois anos para uma recuperação mais eficaz. Depois disso a evolução será mais lenta”, destaca.

“Alguns empresários estão se mobilizando para ajudar, assim como pessoas nos grupos de igreja, nos bairros. Acredito que todo mundo colhe o que planta. O importante na vida é ter saúde, o resto a gente vai atrás”, completa.

Logo após a viagem, o marido de Josiela retornará ao Brasil para cuidar da filha do casal, de seis anos. “Ganhamos o visto para dez anos e queremos voltar a cada seis meses. Vamos entrar como turistas, e não vamos 'queimar o visto'. Pretendemos retornar e ficar cerca de 15 dias no Brasil e depois voltar. Essa maratona durará cerca de dois anos”, projeta Josiela.  

Nos Estados Unidos Yan receberá apenas o tratamento, o leite e a medicação de Yan permanecerão sendo recebidos no Brasil, e a família ficará responsável pelo custo do envio.

As doações para Yan podem ser feitas por meio do site www.vakinha.com.br. Ou através de depósito no Banco Bradesco. Agência 345. Conta Poupança: 1002994-5, em nome de Yan Pereira.