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Igreja de São Roque será interditada em 48 horas

A partir de agora o centro comunitário vai abrigar as celebrações religiosas da igreja católica

Foto: Kênia Pacheco

Foto: Kênia Pacheco

O prazo determinado pela Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil de Criciúma para que sejam retirados todos os objetos e imagens sacras do interior da igreja de São Roque, é de 48 horas. A confirmação foi feita pela coordenadora Ângela Mello, na noite dessa segunda-feira (5), em reunião com moradores no centro comunitário do bairro, localizado ao lado da igreja. A partir de agora este espaço vai abrigar temporariamente as celebrações religiosas da igreja católica.

Conforme a coordenadora, o relatório de 22 páginas apresentado a todos destaca as constatações de risco visíveis e a definição de que após a interdição do templo religioso é necessário que se faça um estudo geológico e geotécnico na estrutura e que a comunidade se una em busca de recursos para que a liberação da igreja para uso seja reconquistada. “Não tem como discutir o risco de uso ocupacional e o mais prudente no momento é interditar. Sei que se trata de uma medida antipática, mas, não podemos agir de forma diferente”, explicou Ângela Mello.
Segundo ela, a determinação deve ser respeitada sem discussão para que a comunidade não seja autuada. “Espero que seja uma interdição temporária e de curto prazo. A situação me dói por ser um patrimônio histórico, por ser parte da história da comunidade”, disse a coordenadora.

A coordenadora de patrimônio da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), Lisiane Potrikus, explicou que para conseguir recursos para a restauração é preciso que seja executado um projeto, dentro da Lei Rouanet para garantir a preservação da estrutura. Ela confirmou inclusive que já fez a solicitação formal da visita de arquitetos e engenheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na igreja de São Roque.

Ministério Público Federal esteve representado no encontro

O procurador do Ministério Público Federal em Criciúma, Darlan Dias, participou da reunião e falou sobre o problema enfrentado pela comunidade. Diante do relatório exigido por ele para a Defesa Civil, Dias pontuou que tem como dizer com clareza que a mineração não passou debaixo da estrutura da igreja e que o trabalho realizado por mineradoras nas proximidades do bairro não afeta a estrutura.

O procurador explicou que entende que a igreja foi construída sem uma fundação adequada, de forma antiga, sem estacas e em cima de um aterro. “Não sou defensor da mineração, mas quem constrói em cima de aterro sabe o risco que é. Não podemos esquecer que aqui atrás foi desassoreado o rio e isso contribui com a movimentação do solo. O ato mais prudente é a interdição”, pontuou.

Kênia Pacheco/Decom Prefeitura de Criciúma