Uma jornada que envolve a travessia de um rio, caminhadas e uma viagem de ônibus é o que o estudante de Jornalismo Leonardo de Bem da Silva enfrenta todos os dias para poder realizar o sonho de concluir a faculdade em Comunicação.
Morador da comunidade da Madre, em Laguna, Leonardo mora em frente ao Rio Tubarão. Para chegar ao campus, na Cidade Azul, o estudante atravessa o rio com um bote próprio, em um percurso que demora cerca de 20 minutos. Depois, do trapiche até o ponto de ônibus, o jovem de 23 anos – completados ontem – faz uma pequena caminhada e enfrenta o trajeto até a antiga rodoviária de Tubarão. De lá, Leonardo segue até o Cettal, onde finalmente vai acompanhar a aula.
A parte mais difícil, porém, é a volta para casa, quando o estudante repete todo o trajeto, mas à noite. Ele conta que chega em casa por volta de 23h30 todos os dias. Mesmo com as dificuldades, Leonardo persiste. “Só faltei à aula uma vez porque estava chovendo muito e o rio estava cheio. Mas já atravessei com chuva, raios, vento. Sou filho de pescador, então, estou acostumado”, conta.
“Se eu fosse de carro, teria que pegar a BR-101. Faço o trajeto de boa vontade porque é um desejo me formar, mas se tivesse uma balsa para atravessar o rio, ou mesmo uma ponte, já ajudaria muito”, frisa.
No local onde Leonardo mora, não há telefone fixo e o sinal do celular também é precário. A comunicação com os colegas fica a cargo da internet, que ele consegue utilizar. “Quando temos trabalhos fora da aula para fazer, os colegas ajudam, marcam em horários mais flexíveis. Eu gosto de morar na Madre, cresci lá, mas gostaria que tivesse uma estrutura melhor”, lamentou o estudante em entrevista ao Jornal Diário do Sul. Segundo o futuro jornalista, outros dois estudantes também fazem esse trajeto para chegar à Unisul todos os dias.
