Segurança

Latrocínio: Idoso é morto asfixiado com travesseiro

Um caso registrado no Balneário Arroio do Silva, que até o início da semana era tratado como morte natural, transformou-se em latrocínio.

Após investigações acerca da morte do aposentado Antelmo José Licodidoff, de 76 anos, a Polícia Civil chegou a constatação do crime e seus autores na manhã de ontem. O homem foi encontrado sem vida, no primeiro andar do apartamento onde morava sozinho, no Centro do balneário, na manhã de segunda-feira.

O óbito, até então, era tido como morte natural. Cogitava-se a hipótese de infarto, já que não havia marcas aparentes de violência no cadáver. Mesmo assim, a polícia seguiu com as investigações, já que suspeitou tratar-se de um crime por algumas evidências. O corpo foi recolhido pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) no dia.

“Fomos até o local e notamos que algo estava diferente, já que alguém tinha forçado a entrada da janela de vidro, e o vidro estava bastante estilhaçado. O corpo, aparentemente não indicava marcas de um crime. O celular dele, entre outros objetos da casa, também não foi levado. Não paramos as diligências e notamos que faltou o cartão de um banco. A peça-chave para a elucidação do caso”, conta o titular da Delegacia do Balneário Arroio do Silva, delegado Fernando Lúcio Mendes.

O início do quebra-cabeça

Segundo a autoridade policial, após a continuidade de uma série de investigações realizadas com apoio de policiais civis de outros municípios, os autores do roubo seguido de morte foram presos.

“A mulher, de 40 anos, foi detida em casa, em Sombrio. Ela teria um suposto relacionamento com a vítima. E o primo dela, de 20 anos, que têm algumas passagens pela polícia, foi preso no Arroio, onde estava morando há quatro meses”, detalha.

Segundo o Portal Clicatribuna, antes do crime, a mulher e a vítima teriam discutido. Ela, motivada por vingança, voltou ao local com o auxílio do primo e roubou R$ 50 e o cartão do banco. O idoso foi sufocado com um travesseiro pelo jovem, com o consentimento da mulher.

O cartão do banco levado pela dupla serviu como a principal peça do quebra-cabeça para elucidação do caso. Em contato com a família do idoso, que mora no Rio Grande do Sul (RS), os policiais conseguiram saber da movimentação bancária da conta da vítima.

“A filha dele tinha acesso à conta. Foi detectado que às 3h30min de segunda-feira, e às 8h30min do mesmo dia, foram feitos dois saques, em um posto de combustíveis e em um mercado, ambos em Araranguá”, conta o delegado. As câmeras de segurança confirmaram a presença do casal saindo dos estabelecimentos. O último saque foi de R$ 1,8 mil.

Intenção era dar um susto na vítima, diz mulher

No dia em que houve o crime, os vizinhos chegaram a escutar barulho às 2h. Às 8h, eles notaram cacos de vidro por baixo da porta e chegaram a chamar pelo idoso, que não respondeu. A polícia foi acionada, assim como a perícia.

Como não havia indícios de um crime naquele momento, o médico legista foi dispensado da ocorrência. Ontem, o corpo foi encaminhado ao IML e a necropsia apontou a morte provocada por asfixia.

“A dupla, em depoimento, se contradisse em algumas versões, porém, a investigação já estava bem amarrada. Ela se mostrou arrependida e disse que era apenas para o primo dar um susto na vítima. Revelou ainda que tudo não passou de um momento de “bobeira”. Mas ficou constatado que eles mataram para roubar”, afirma a autoridade policial.

Pena pode chegar a 30 anos

Eles foram autuados em flagrante por latrocínio, com pena que pode chegar aos 30 anos de reclusão, e já estão recolhidos no Presídio Regional de Araranguá.

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