Geral

Mais de 30 haitianos são recrutados por empresa de Urussanga

Foto: Rádio Guarujá

Foto: Rádio Guarujá

A falta de mão de obra na região está motivando empresários urussanguenses a entrarem na lista de cidades interessadas no recrutamento de trabalhadores do Haiti. Nesta terça-feira (15), cerca de 30 trabalhadores realizaram exames admissionais em um laboratório no centro de Orleans. Todos trabalharão em uma empresa de fabricação de carrinhos de mão, escadas e fogões, instalada na comunidade de Palmeira Baixa.

O responsável pelo setor industrial da empresa, Silmar Pacheco, afirma que os trabalhadores se deslocaram de avião da cidade de Brasiléia, no estado do Acre, até o Sul do Estado. O local é o ponto de entrada destes imigrantes oriundos do país caribenho. 

“A seleção destes trabalhadores foi minuciosa. Busquei observar cada um deles minuciosamente para saber o grau de interesse e comprometimento. Existem aventureiros, mas também trabalhadores comprometidos e focados em conseguir uma condição melhor de vida”, destaca Pacheco.

Muitos destes trabalhadores se comunicam através da língua francesa, espanhola, ou ainda crioula. Conforme Pacheco, um processo de aprendizagem de língua portuguesa iniciará em breve na empresa junto a eles. “Também já fui imigrante e como conheço as línguas que eles se comunicam, inicialmente a troca de informações acontecerá comigo”, ressalta.

A presença dos haitianos no centro de Orleans chamou a atenção de diversas pessoas. Muito educados, agradeciam a todos que lhe cumprimentavam. “Agradecemos muito a forma como o povo brasileiro nos recebeu. Queremos que nos tratem bem. Também somos humanos e precisamos de muitos recursos para nos mantermos e enviarmos dinheiro as nossas famílias no Haiti”, afirma Jean Mistilien, de 25 anos que deixou seus familiares no país de origem. 

Enquanto aguardavam para a realização dos exames no laboratório, muitos deles observavam maravilhados toda a movimentação do centro de Orleans. “Eles querem morar próximo do centro da cidade. O local onde disponibilizamos é distante da área urbana e sua locomoção para os serviços na cidade se torna complicado. Querem se manter interados com o mundo pela internet. A maioria deles possui religião e já falam inclusive, em participar de celebrações religiosas aos sábados”, relata Pacheco.

O pastor Michele Frantz de 36 anos é um dos imigrantes que buscou no Brasil a oportunidade de uma nova vida. Segundo Frantz, a sua intenção é trazer seus familiares ao país. “Minha família está em situação difícil. Tenho filho e esposa e mais adiante buscarei trazê-los ao Brasil para viver comigo”, afirma.

Frantz é teólogo, técnico em informática, psicólogo e tem experiência com gestão de empresas. Ele ajudou na seleção dos trabalhadores enquanto estavam em Brasiléia no Acre.

Os haitianos começam a trabalhar nesta quinta-feira (17). Cada um deles receberá em média, R$ 1 mil por mês, além de moradia e alimentação temporária. Mais cinco trabalhadores devem integrar o grupo nos próximos dias. A intenção da empresa, dependendo da demanda, é buscar novos trabalhadores haitianos nos próximos meses.

A cidade de Brasiléia, no Acre, é a principal rota de entrada de imigrantes haitianos no Brasil. Segundo informações, atualmente cerca de 850 trabalhadores estão alojados em galpões na cidade e em condições mínimas de sobrevivência.

Empresário da construção civil se interessa na mão de obra

O empresário José Martins Figueiredo é de Minas Gerais, reside em Orleans a um anos e deverá implantar uma empresa de prestação de serviços para a construção civil na “Cidade das Colinas” nos próximos meses.  Segundo ele, a empresa poderá contratar trabalhadores haitianos. “Seis deles já seria necessário para dar sequencia ao trabalho. Vou me informar, analisar e ver a possibilidade de trazê-los a região”, afirma.

Colaboração: Adriano Ghellere/Jornalismo Guarujá