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Menina de Orleans que recebeu novo coração terá alta na próxima semana

Vitória Rosseti Cavanholi, era portadora de uma doença rara, chamada Síndrome do Ventrículo Esquerdo

Foto: Rádio Guarujá

Foto: Rádio Guarujá

Vivendo dentro de um hospital desde que nasceu, por conta de uma cardiopatia, a orleanense Vitória Rosseti Cavanholi está prestes a voltar para casa. Portadora da Síndrome do Ventrículo Esquerdo uma doença rara que afeta o coração. Na América Latina, a menina é a única paciente que nasceu com a doença e conseguiu sobreviver. Em virtude de diversas cirurgias tentando salvar a vida da pequena, o coração de Vitória que já era debilitado, ficou muito fraco. E em junho a menina foi submetida a um transplante de coração.  O doador foi um menino de quatro anos, morador de Santos (SP) e sofreu um acidente doméstico que o levou a óbito.

A luta da família para salvar Vitória começou ainda na gestação. Os médicos diziam que a menina não sobreviveria e aconselharam os pais a optarem pela retirada do feto. A família não concordou e travou uma luta pela vida da pequena.

"Contrariamos a indicação dos médicos e fomos em busca de uma solução. No fundo tínhamos a certeza de que um dia iríamos trazer ela para casa e assim fizemos. Em nenhum momento nos passou pela cabeça a possibilidade de retirar o feto", conta o pai de Vitória, Joel Cavanholi.

A família está ansiosa para retornar a Orleans com a pequena Vitória. "Já faz um mês que ela saiu do hospital e está conosco no nosso apartamento em São Paulo. Estamos realizando uma bateria de exames e aguardando os resultados que devem sair nesta sexta-feira. O médico liberando, no mais tardar quarta-feira da próxima semana estaremos retornando para Santa Catarina", comemora o pai.

Joel está engajado juntamente com a ONG Pequenos Corações, em um projeto para que o exame do Teste do Coraçãozinho se torne obrigatório no Brasil e para que a cardiopatia congênita se torne cada vez mais conhecida e para que mais vidas possam ser salvas. Atualmente, somente 38% das crianças portadoras de cardiopatia congênita têm atendimento no Brasil.

"Existe chance de sobrevivência, o que falta é informação. Muitas destas crianças não atendidas falecem, sem nem ao menos terem recebido um diagnóstico a tempo de poderem ser tratadas", alerta Joel.

Após a angustia de esperar por um doador para salvar a filha, outra bandeira abraçada pelos pais de Vitória é a da doação de órgãos.

"A gente sabe bem como é a situação de um pai, de uma mãe que está vendo um filho no leito de uma UTI aguardado um doador. Não só a questão infantil, mas a gente sabe como é grande o numero de adultos na fila de transplantes no Brasil e até mesmo uma questão mais simples como a doação de sangue. Por isso precisamos conscientizar mais a população", pontua Cavanholi.

A Síndrome do Ventrículo Esquerdo é bastante rara e ocorre em cerca de 1 a cada cinco mil bebês nascidos vivos. A síndrome compreende 8% de todos os casos de cardiopatias congênitas. É um dos três defeitos mais comuns que causam problemas em recém-nascidos. Dois terços dos bebês afetados são meninos.

O Teste do Coraçãozinho (oximetria de pulso) deve ser solicitado ainda na maternidade. É um teste simples, indolor e não invasivo que é usado para monitorar o nível de oxigênio no sangue do bebê. Quando os níveis de oxigênio forem inferiores a 95% isso pode indicar a possibilidade de haver um defeito no coração do bebê.

Colaboração: Juliano Altino/Jornalismo Guarujá