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Menina morre de meningite e aulas são suspensas em creche

Foto: Reprodução/RBS TV

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As aulas de uma creche de Laguna, foram suspensas após a morte por meningite de uma menina de dois anos nesta quarta-feira (4). A criança estudava na creche municipal Professora Laureni Vieira de Souza que em outubro ficou interditada por dois dias devido ao registro de um caso confirmado de meningite. De acordo com uma professora da creche, na ocasião, a menina de dois anos havia sido medicada, pois estudava na mesma sala de uma criança que teve a doença.

"Eu avalio que foi uma triste coincidência. É leviano afirmar que este caso tem relação com o caso anterior. Além da menina, a mãe é professora da creche e o pai é motorista do transporte escolar, então a suspensão das aulas se deu por conta do emocional", afirma Luiz Fernando Scheffer, secretário de educação de Laguna, em entrevista para o site G1 Santa Catarina. Segundo ele, em outubro a creche foi interditada por preocupação das pessoas devido ao caso confirmado de meningite em uma das alunas. "Estamos na Secretaria recebendo a Vigilância Epidemiológica de Laguna para fazer uma reunião", diz o secretário.

A menina morreu por volta das 2h da madrugada desta quarta. Segundo uma professora da creche, amiga da mãe da vítima, a criança foi levada para o médico na noite de segunda-feira (2). Após ser medicada, a menina e família voltaram para casa. No entanto, na manhã de terça-feira (3) apareceram manchas pelo corpo da criança. De acordo com o Hospital Nossa Senhora da Conceição, a menina foi internada na UTI neonatal às 10h40min de terça (3) e faleceu em decorrência da meningite na madrugada de quarta, às 2h20min. Um exame, que ficará pronto em até cinco dias, deve informar o tipo de meningite.

A creche tem dez salas de aulas, mas apenas o alunos de duas delas, onde houve registro de casos de meningite em outubro, receberam medicação. "Nós da creche, junto da diretora e ajuda dos pais, que fizemos a higienização. O material de limpeza foi comprado do nosso bolso. Nenhum funcionário, ou familiar de aluno e de funcionário recebeu medicação. Falando como mãe, estou desesperada, pois a gente não sabe o que fazer, onde deixar minha filha. A gente se sente um pouco culpada, pois recebemos ordens. Estamos totalmente desamparados", declara a professora da creche, que prefere não se identificar, com medo de represálias.

"O que foi solicitado, nós fornecemos. A vigilância esteve presente e deu orientação", afirma o secretário de Educação de Laguna. De acordo com o infectologista da Diretoria de  Vigilância Epidemiológica  Estadual, Fábio Gaudenzi, desde outubro a Dive monitora a creche, após o primeiro caso de meningite confirmado no local. Segundo ele, a taxa de letalidade da doença é alta, por isso o desafio é evitar a disseminação. "Iniciamos uma série de orientações e recomendações, avaliando as inadequações. Entre crianças há um alto índice de contágio, por esse motivo é fundamental que as creches e escolas mantenham sempre a higiene e que nestes locais se evite o compartilhamento de copos, mamadeiras e outros utensílios", explica ele.  

O epidemiologista recomenda cuidados que podem evitar a proliferação da doença. "Sempre existe muita comoção quando existe casos de meningite. Isso gera comoção, principalmente quando há óbitos. O modo de evitar é com etiqueta da tosse, não compartilhar objetos, higienizar, principalmente em locais onde as coisas são de uso comum, como escolas e creches", orienta Gaudenzi.

O corpo da menina foi sepultado às 17h em Laguna. Segundo a professora, o caixão da menina permaneceu fechado.