Infraestrutura

Ministro revela motivo de apagão que atingiu SC e vê falha como ‘inusitada’

Apagão que afetou 25 estados do país e o DF iniciou em uma linha de empresa ligada à Eletrobras; em SC, 859 mil unidades foram afetadas

Foto: Divulgação

O apagão que afetou 25 estados do país e o Distrito Federal na terça-feira (15) teve início em uma linha da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), ligada à Eletrobras, em Quixadá (CE). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (17) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Em Santa Catarina, 859 mil unidades consumidoras foram afetadas pelo apagão.

De acordo com o titular da pasta, a própria companhia admitiu que houve falha sistêmica. Silveira disse que, isoladamente, o fato na linha cearense não seria capaz de causar a suspensão de energia generalizada. As autoridades técnicas responsáveis estudam outros eventos ocorridos após o ponto inicial. Segundo o ministro, houve, “com certeza”, mais de um evento.

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“Foi um evento considerado de pequena magnitude, a princípio. Esse evento, ocorrido por erro de programação — não se protegeu a linha como deveria — ocasionou uma série de outras falhas, que serão apuradas pelo ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico]. O evento inicial foi tecnicamente e documentalmente admitido pela Eletrobras”, afirmou Silveira.

O ministro chamou o apagão de “inusitado” e afirmou que a as falhas que causaram o episódio foram corrigidas pela Chesf e pela Eletrobras, conforme informaram as concessionárias.

Silveira declarou que as investigações não descartam eventuais falhas humanas.

“O ONS não têm como apontar uma causa específica conjuntural que justifique tal incidente. Temos o dever de ofício de trablhar com todas as hipóteses”, explicou.

A Chesf fez contato com o ONS, admitindo que houve falha sistêmica. Não se pode dizer, ainda, se foi falha humana por lançamento no sistema do projeto de engenharia ou se foi erro do sistema.

ALEXANDRE SILVEIRA, MINISTRO DE MINAS E ENERGIA

Segundo o ministro, Flávio Dino, titular da pasta de Justiça e Segurança Pública, já foi determinada a abertura de um inquérito policial pela Polícia Federal. Silveira diz ter pedido “vigor e celeridade” para a conclusão dos trabalhos da PF.

A participação da Polícia Federal no caso, para o ministro de Minas e Energia, é necessária, ” já que o ONS não apontou falha técnica que pudesse causar evento com a dimensão que teve. Não queremos de forma nenhuma cometer ato de leviandade. Temos de ter apontamentos técnicos para consubstanciar o inquérito e apurar culpa ou dolo”.

Investigação interna por apagão

O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, informou que um relatório de avaliação de perturbação está em produção. O trabalho final deve ser entregue pelo ONS em até 45 dias, mas uma versão preliminar deve ser apresentada ainda nesta quarta-feira.

Ciocchi afimou, ainda, que não houve sobrecarga na linha de transmissão que falhou.

“As linhas são projetadas e construídas para aguentar sobrecargas. Quando há sobrecarga, elas têm de abrir, e por isso existe um dispositivo de proteção. Essa linha, porém, abriu sem sobrecarga. A energia que passava por ali não passou, como se estivesse desligada”, explicou.

Apagão em SC

O apagão em escala nacional registrado por volta das 8h30 desta terça-feira afetou 859 mil unidades consumidoras em Santa Catarina, segundo a Celesc. O dado representa 25% de todo o estado, segundo a Celesc.

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Em Santa Catarina, as cidades mais afetadas pela queda de energia foram Itajaí (153 mil), Blumenau (126 mil) e Florianópolis (105 mil).

Na Capital, serviços básicos, como postos de saúde, foram afetados.

Com informações do R7

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