Economia

Momento de crise exige atenção total em negociações com bancos

"Dificuldades financeiras de pessoas e empresas correm risco sério de se agravarem devido aos juros abusivos em contratos assinados sem leitura atenta", alerta advogado

Fotos: Divulgação / Nazario & Bortot Comunicação

Fotos: Divulgação / Nazario & Bortot Comunicação

Manter as contas em dia não tem sido tarefa fácil para grande parte dos brasileiros nos últimos meses. A alternativa para quem não consegue escapar da inadimplência pode estar nos produtos oferecidos pelos bancos, no entanto os juros estabelecidos podem fazer da aparente solução um pesadelo ainda maior.

A média de juros bancários impostos no Brasil alcançou, em 2015, o acumulado de 52,6% ao ano, a maior média da história, conforme dados apresentados pelo Banco Central, no mês passado. O índice explica a realidade de muitas pessoas físicas e empresas encurraladas por dívidas com essas instituições financeiras, aponta o advogado e consultor Marcos Rinaldo Fernandes.

“No início, as instituições financeiras chegam aos clientes com propostas atrativas para uma dependência futura. Na falta de pagamentos ou em eventual necessidade de aumentar os valores de carteira garantida e capital de giro, por exemplo, os bancos oferecem vantagens aparentes. A cessão de dinheiro extra, porém, acaba vindo acompanhada de uma taxação de juros maior, muitas vezes abusivas e o cliente vira refém da dívida”, explica.

O máximo cuidado em cada cláusula na hora de contratar serviços bancários ou renegociar dívidas é recomendado por Fernandes. “Na desinformação sobre as condições oferecidas, muitos clientes assinam cegamente os contratos ou autorizam por telefone algo que em pouco tempo multiplica os débitos com o banco e o volume se torna impagável”, alerta o advogado.

Como fazer boas renegociações

Clientes inadimplentes com instituições bancárias, com planejamento, conseguem realizar negociações viáveis das dívidas, pondera o especialista jurídico. “A primeira etapa fundamental é requerer um extrato das movimentações bancárias e cópias dos contratos correspondentes aos últimos cinco anos. Ao submeter esses dados a um advogado e um contador de confiança, identificam-se os vícios dos vínculos anteriores, o excesso de juros e assim conduz as tratativas para valores favoráveis”, indica Fernandes.

Além de todas as informações, a definição de um cronograma de pagamento eleva as chances de um acordo melhor para o cliente. “Os bancos não estão interessados em ficar com terrenos ou carros. A matéria-prima deles é dinheiro. Então se o devedor mostra como vai honrar a quitação, os bancos vão facilitar oferecendo dilatação de prazos, carências e outras condições com o objetivo de viabilizar o processo”, recomenda o advogado.

Colaboração: João Pedro Alves / Nazario & Bortot Comunicação