Saúde

Ortopedia do Hospital São José acumula até 600 pacientes em fila de espera

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

Uma nova alternativa para amenizar as filas na especialidade de ortopedia do Hospital São José – HSJ está em últimas negociações junto à Prefeitura Municipal de Criciúma. Com a abrangência de apenas sete consultas ao dia, a administração pública estuda disponibilizar um profissional com intuito de triplicar este atendimento, que há anos é um problema para o município. Conforme o Secretário de Saúde, Vitor Benincá, as 150 consultas mensais não são suficientes para atender os 500 mil habitantes da Associação de Munícipios da Região Carbonífera – Amrec, atendidos no hospital.

“Esse número de contemplados foi disponibilizado pelo Estado, na contratualização do ano passado. O problema é que é insuficiente e começou a gerar um gargalo”, afirma. Atualmente, por mês cerca de 600 pacientes aguardam em fila de espera, de acordo com a direção técnica do HSJ.  Os últimos ajustes legais para implantar um profissional da rede municipal nas dependências do São José estão sendo firmados junto à direção da instituição.

O secretário deixa claro que esta é uma medida desenvolvida unicamente pela prefeitura, que deverá investir de R$ 10 a R$ 15 mil neste novo serviço. Inclusive, um espaço para o profissional atuar já estaria reservado dentro do São José. “Queremos criar um novo fluxo de atendimento ortopédico, mas iremos assumir uma obrigação que era do Estado com recursos próprios”, pontua. As filas para consultas, encaminhamentos e também cirurgias se intensificaram. Mas, Benincá afirma que o problema maior está na própria avaliação do trauma ortopédico.

“Muitas pessoas acabam tendo a fratura, mas ficam com o gesso em casa, não tendo os devidos encaminhamentos por falta de atendimento”, pontua. Neste novo acordo, à pacientes de toda Amrec serão atendidos, desde que os municípios contribuam com alguma partida própria para cobrir este serviço.

Impacto em análise

A direção do HSJ confirma o acordo com Prefeitura, mas diz que os últimos detalhes sobre os impactos do serviço ainda estão em estudo. De acordo com o diretor técnico, Dr. Rafael Farias, está em análise todo o fluxo de pacientes da instituição, as formas de acesso aos atendimentos e os impactos da demanda, necessidade profissional e investimentos. “Assim que assumiu, o secretário conversou com nossa direção sobre isso. Mas, ainda estamos estudando as possibilidades para ver a melhor forma de elaborar o contrato.

Em uma semana devemos ter uma definição”, diz. O diretor ainda alega que a realização das cirurgias também preocupa quando o assunto é o novo fluxograma. “Temos que resolver também esta questão, se quisermos fechar o fluxo completo”, conclui. Ainda, de acordo com Farias, os atendimentos ortopédicos mensais variam entre 156 e 165 consultas.

Reajuste do teto

O reajuste do teto destinado para alta e média complexidade do Hospital São José pelo Governo Federal seria a principal questão para amenizar o problema, segundo o Secretário de Articulação Nacional, Acélio Casagrande. Para isso, semana que vêm Acélio deverá conversar com o Secretário Victor Benincá e depois buscar o Ministério da Saúde com finalidade de mediar novas alternativas. “Agora, terei como meta esta questão porque estou muito preocupado com isso. Recebo muitas reclamações sobre as filas”, alega.

Mesmo tendo participado dos ajustes sobre a contratualização do HSJ com o Estado, o secretário afirma que não tinha conhecimento dos números repassados pela instituição em relação a definição de 150 consultas mensais. “Não participei dos detalhes sobre os números de atendidos, mas acredito que o hospital tenha passado de acordo com a necessidade. A questão é repactuar isso. O que está engalhando são as cirurgias que demoram de um ano a um ano e meio para serem realizadas, agravando as doenças”, diz.

Sobre o assunto, a assessoria da Secretária de Saúde do Estado alegou que a meta de 150 consultas mensais foi definida entre o hospital e o município, não tendo participação do Estado. Ainda frisaram que na Programação Pactuada e Integrada – PPI de Criciúma constava 1.114 consultadas de ortopedia para atender 15 municípios. Mas, nem todos os procedimentos seriam realizados através do São José, e sim por meio de policlínicas e consórcios.

Com informações do site Clicatribuna