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Pai da menina Carol fala sobre crime, em Tubarão

Foto: Divulgação

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Dois anos depois da morte chocante da menina Carol Seidler Calegari, em Tubarão, o pai dela, Gilson Botega, prefere guardar os bons momentos que viveu ao lado da filha. Ele acredita que Silvana Seidler, mãe de Carol e apontada como autora do crime, está pagando pelo que fez onde quer que esteja.

“Com certeza ela [Silvana] está pagando de alguma forma por esse crime. O meu sentimento é de que nem seria bom que ela fosse encontrada. Se isso acontecer, parece que todas as coisas ruins vão voltar junto”, diz o pai de Carol.

A menina foi morta por esganadura e colocada dentro de uma caixa de brinquedos, no fundo da casa onde morava com a mãe.

Silvana desapareceu pouco antes de o corpo ser encontrado, na noite de 22 de dezembro de 2014. Ela foi vista pela última vez na delegacia, onde foi registrar o suposto desaparecimento da filha.

O pai da menina Carol diz que não faz ideia de onde Silvana possa estar e também não descarta a possibilidade de que ela tenha se matado.

“Pode ser que esteja em Tubarão ou do outro lado do mundo. Pode ter se matado e o corpo ter ficado preso no fundo de um rio. Não tem nenhuma pista”, comenta.

Gilson e Silvana foram casados por quase 14 anos e tinham se separado quando o crime aconteceu.

Para ele, a atitude da ex-mulher continua sendo algo sem explicação. “Eu posso dizer que ela amava a filha. O que aconteceu é algo que não dá pra entender. Acho que foi um momento de loucura”, diz.

Perguntado sobre o que diria a Silvana caso ela lesse esta reportagem, Gilson fala que gostaria de saber apenas os motivos do crime.

“A única coisa que eu gostaria de saber é por que ela fez aquilo. Foi por ciúmes? Para me atingir? É, ela realmente conseguiu me atingir. Mas a menina era um anjo que não tinha culpa de nada”, desabafa.

Momentos de dor e boas lembranças da filha

Gilson também relembra os dias de sofrimento e conta como enfrentou o momento mais difícil de sua vida.

“Eu não sei nem te dizer o que me deu forças. Acho que Deus me ajudou muito. Nos primeiros quatro meses eu fiquei fora da realidade, não lembro de nada, não lembro se comia, se dormia, fiquei bloqueado. Acho que é um bloqueio que dá na gente pra que a gente possa continuar vivendo.”

Hoje, Gilson busca manter-se de pé com serenidade e parece não alimentar raiva ou sentimento de vingança. Ele diz que os momentos de felicidade que viveu ao lado da filha estão vivos na memória.

“Gosto de lembrar de quando eu chegava em casa e ela pedia pra gente ir no parquinho. A gente ia na praça da igreja de Oficinas, perto de onde a gente morava. Lembro dela feliz, andando de bicicleta.”

Paradeiro incerto

O paradeiro de Silvana Seidler segue sendo um mistério. Ela foi incluída na lista dos dez criminosos mais procurados pela Interpol no Brasil.

Antes, em março de 2015, foi indiciada por homicídio com três qualificações pela morte de Carol: por motivo torpe, emprego de asfixia e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Silvana também responde por tentativa de homicídio, pois, na manhã do crime, jogou o carro em que estava com Carol e o filho com necessidades especiais contra outro veículo.

Com informações do Jornal Diário do Sul