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Paralisação na rede estadual entra no 3º dia em SC sob clima de incerteza

Greve é parcial, mas muitos pais não sabem se devem levar filhos à escola. Impasse entre governo estadual e sindicato continua nesta quinta(26)

Foto: Marjorie Cattani / RBS TV

Foto: Marjorie Cattani / RBS TV

A greve dos professores da rede estadual em Santa Catarina, que entra no terceiro dia nesta quinta-feira (26), tem gerado incertezas para os pais. Muitos não sabem se mandam ou não os filhos para as escolas, já que a paralisação é parcial. De acordo com o balanço feito pelo governo, o segundo dia de greve teve adesão de 2,5% dos professores. Os próximos dias, porém, são incertos, já que o impasse entre governo e sindicato continua.

Conforme o G1 SC, no Sul do estado, 1,1 mil alunos de uma mesma escola de Criciúma estão sem aulas desde terça-feira (24). No Litoral Norte, a greve é parcial. No Oeste, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinte/SC)  diz que pelo menos 30% dos professores de Chapecó aderiram à paralisação. No Norte, esse número é de 25% ,segundo o sindicato. Já no Meio-Oeste as aulas acontecem normalmente.

O governo mantém a orientação dada aos pais desde o início da paralisação. “Que eles façam contato com a escola, identifiquem como está a situação. Nossos diretores estão orientados a manter o máximo possível da normalidade escolar”, disse o secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps.

Impasse continua

Governo e sindicato não concordam em vários pontos. O Sinte questiona pelo menos quatro itens do estudo apresentado pelo governo no dia 3 de fevereiro. “A retirada dos níveis de magistério e licenciatura curta da tabela; incorporação da regência no vencimento; e a diferenciação que o estudo apresenta entre ativos e inativos; é também a diferenciação entre os professores ACTs (com contrato temporário) e os professores efetivos”, diz o presidente do sindicato, Luiz Carlos Vieira.

O governo reconsidera parte desses itens na nova proposta que ainda está sendo elaborada. “Primeiro havia dúvidas em relação à paridade do enquadramento dos professores ativos e inativos – isso está sendo contemplado. O segundo diz respeito à equivalência dos salários dos professores ACTs em relação aos níveis iniciais de carreira. Também estamos trabalhando nisso. O terceiro diz respeito a manutenção do nível médio como vencimento inicial de carreira. Também estamos trabalhando nisso”, afirma o secretário Deschamps.

Um ponto, porém, continua provocando impasse: o governo está incorporando no novo salário a regência de classe, que hoje é paga na forma de um acréscimo de 25%. O sindicato é contra a mudança porque, com isso, o salário mais baixo da tabela fica maior que o piso nacional, desobrigando o estado a aplicar o reajuste anual desse piso.

O governo diz que é justamente desse jeito que vai conseguir aumentar o salário daqueles professores com mais formação que hoje já ganham mais que o piso e que, por isso, receberam menos aumentos nos últimos anos.

Manifestação de alunos

Cerca de 100 estudantes participaram de uma manifestação na manhã de quinta-feira (25) em Joinville, no Norte catarinense. Com cartazes e apitos, eles apoiavam a greve dos professores no município.

"Protestamos para apoiar os professores, que merecem mais atenção do governo. E também pedimos mais atenção às escolas, que estão com salas superlotadas e merecem reformas", disse Fabrício Gisshorn, estudante de 3º ano do ensino médio

A mobilização começou por volta das 7h30 no bairro Vila Nova e durou até as 11h. Os estudantes são da Escola Estadual Marstro Francisco Monoel da Silva. Na manhã desta quarta-feira, quatros professores estavam em greve e turmas foram aglutinadas para as aulas ocorrerem.

Na Escola Estadual Paulo Medeiros, no bairro Adhmar Garcia, 10 professores não foram dar aula pela manhã. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Regional – SDR, os alunos da instituição realizaram manifestação e boicotaram as aulas, recusando-se a participar de aulas com turmas juntas.

Para a SDR, caso haja professores e os alunos se recusarem a participar das aulas, será considerada falta para os estudantes. Na terça-feira, na Paulo Medeiros, apenas 50 dos 540 alunos da instituição foram às classes. Os faltantes serão notificados.

Em Joinville, são 40 instituições de ensino estaduais. Pelo balanço fornecido pela SDR, 34 professores faltaram às aulas na terça-feira.