Depois de analisar mensagens de dois celulares de Ibaneis Rocha, PF indica que ele não foi conivente com as invasões a prédios dos três poderes
A Polícia Federal concluiu e entregou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a análise que fez em dois aparelhos celulares do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A conclusão é que o governador não teve relação, culpa ou foi conivente com as invasões ao Congresso, Palácio do Planalto e STF, em 8 de janeiro.
O texto diz que “pela análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão”.
O relatório mostrou que Ibaneis fez e recebeu 36 ligações telefônicas entre a véspera da invasão, no sábado (7/1), e a data dos atos terroristas, no dia 8. E teve troca de mensagens com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no dia anterior às invasões.
Pacheco diz que a Polícia do Senado está “um tanto apreensiva” pelas notícias de mobilização e invasão ao Congresso. Ibaneis responde: “Já estamos mobilizados. Não teremos problemas. Coloquei todas as forças nas ruas”.
Relembre o afastamento
O governador do DF foi afastado do cargo logo após o controle das manifestações, entre os dias 8 e 9 de janeiro, por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O ministro justificou que “absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.
Celina Leão, vice de Ibaneis, assumiu o governo. Ele prestou depoimento na PF e entregou os telefones. Agora, a defesa vai pedir a recondução do governador ao cargo, antes do prazo de 90 dias, determinado por Moraes.
Via ND+