Segurança

Polícia descarta que crime organizado esteja por trás das três ocorrências em Criciúma

Nos três casos, ninguém soube informar a causa dos sinistros

Foto: Mariana Noronha/Clicatribuna

Foto: Mariana Noronha/Clicatribuna

A polícia, por ora, descarta a relação dos três incêndios registrados em veículos, ontem, em Criciúma, com o crime organizado.

Tanto os servidores da segurança pública como os do sistema prisional não receberam nenhum tipo de alerta sobre uma possível nova onda de ataques a mando do Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar de Criciúma, tenente-coronel Márcio Cabral, disse em entrevista para o site Clicatribuna, que a PM está atenta ao ocorrido para que esses incêndios não virem "moda".

"As pessoas têm que denunciar (ligar para o 181, 190 e 197) quando se depararem com uma situação como a que aconteceu hoje (ontem)”, solicita o comandante.

Dois em menos de uma hora

O primeiro caso ocorreu de madrugada. O Corpo de Bombeiros de Criciúma foi acionado às 2h13min até a Rua Liberato Rocha, no Bairro Santa Luzia, onde o Gol, placas CMU-1566 de Nova Veneza, estava em chamas.

Ainda durante a madrugada, às 3h02min, a corporação se deslocou até a Rua Nilo Peçanha, no Bairro São Luiz, onde a Kombi, placas MCG-5390 de Criciúma, era consumida pelo fogo. Parte da parede de uma empresa onde o veículo estava estacionado ficou chamuscada.

Já por volta das 14h30min, o Ômega, placas EQF-0004 de Forquilhinha, foi incendiado na Rua Agenor Borges, no Bairro Renascer. Havia uma lata de solvente dentro do carro, o que aumenta a suspeita de que o incêndio possa ter sido criminoso. Nos três casos, ninguém soube informar a causa dos sinistros.

Chamar atenção

Uma fonte ligada ao Departamento de Administração Prisional (Deap) diz que qualquer ocorrência semelhante à sequência de incêndios registrada ontem deve ser analisada com cautela.

"Eles (integrantes de facções criminosas) costumam, quando estão 'apagados', deixar alguma marca para dizer que ainda existem e que podem mobilizar as forças de segurança na rua quando quiserem. Um sinal de ‘fiquem de olho que ainda existimos’, praticamente”, diz a fonte, não identificada por motivos de segurança.

Na manhã de domingo, em Palhoça, na Grande Florianópolis, um ônibus foi incendiado. Quatro homens armados teriam colocado fogo no coletivo, conforme testemunhas. O último incêndio criminoso em veículo em Criciúma foi registrado na noite de 24 de julho, no Bairro São Luiz, tendo como alvo um Uno da Prefeitura.

O número três como código

Outra coincidência é que os atentados ocorreram em um intervalo de três em três meses. O primeiro em Criciúma foi registrado em novembro, o segundo em fevereiro e o terceiro em maio, quando um ônibus foi incendiado no Bairro Progresso.

O número três não teria apenas o intervalo entre os ataques como coincidência. A facção criminosa enraizada nas unidades prisionais catarinenses foi fundada em 3 de março de 2003 (3/3/2003), conforme o próprio estatuto.