Economia

Preço do leite dispara nos supermercados

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

Para driblar o aumento do preço do leite o vendedor externo, Alexandre Pacheco, de 35 anos, teve que trocar a marca do produto que estava acostumado a consumir. “Tive que procurar outras marcas com preços menores para continuar consumindo”, conta Pacheco.

O aumento do produto tem sido sentido por todos os consumidos que passam pelas prateleiras do produto nos supermercados. Em média, um litro do leite tipo longa vida sai a R$ 2,65.

Um conjunto de fatores tem sido os responsável pelo aumento do produto. De acordo com o analista de safras de mercado do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri, Francisco Heiden, a pouca oferta no mercado internacional e nacional, fatores climáticos e redução de pastagens de inverno estão entre os principais fatores.

“O problema começa lá na Europa, Nova Zelândia, lá no mercado internacional onde o preço do leite está elevado porque a oferta está baixa e a demanda aquecida no continente asiático, principalmente, no Japão.

Com o preço alto do produto, há um desincentivo na exportação para o mercado interno, o que ajuda a diminuir ainda mais a nossa oferta, que está reduzida também”, explica Heiden.

O analista de safra esclarece ainda que a produção de leite no primeiro semestre deste ano foi menor que no mesmo período do ano passado, o que agrava o cenário. “O nível de oferta do leite melhora no Sul a partir de maio e no restante do país entre julho e agosto, o que ainda não aconteceu”, coloca Heiden.

O período de estiagem em 2012 e os pastos de inverno que demoraram para germinar, em função do frio insuficiente, completaram o cenário para a baixa produção do leite e a sua pouca oferta no mercado.

Seca contribui para produtividade menor

Segundo matéria do Portal Clicatribuna, foi o que aconteceu com o produtor Pedro Studzinski, 58 anos, do Bairro Linha Batista, que produz diariamente 220 litros de leite. “Primeiro tivemos a seca que contribuiu com uma produtividade menor. As pastagens fracas fizeram aumentar o preço do milho e do farelo de soja, que servem de alimentação para o gado leiteiro, afetando assim a alimentação dos animais”, coloca Studzinski.

O preço do litro ao produtor está em média de R$ 0,97, valor que chegava antes do inverno a R$ 0,84. Para grandes produtores o preço com a agroindústria está sendo negociado entre R$ 1 e R$ 1,10.

“Nunca tínhamos tido um preço assim tão bom de R$ 0,96 o litro, mas o nosso custo de produção também tem aumento, principalmente na alimentação do gado. Há dois anos a ração, com porcentagem de 18% de proteína, custava entre R$ 0,30 a R$ 0,35 o quilo e hoje está em R$ 0,80”, pondera Studzinski, contando a demanda é muito grande pelo leite. “Se eu tivesse mais leite para fornecer ao laticínio eles comprariam”, observa.

Uma quebra de 20% na produção é o que registra o produtor Ademir Studzinski, da mesma localidade. Aproximadamente 80 litros de leite deixaram de ser produzidos em função dos fatores que assolam a atividade. Normalmente a produção diária de Ademir ficava em 450 litros, hoje registra 370 litros.