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Prefeitura busca soluções para problemas com a água no Rincão

Moradores reclamam do desabastecimento e também dificuldade para passar café.

Foto: Daniel Búrigo / A Tribuna

A temporada de verão chegou e o Balneário Rincão vive nesses próximos dois meses um período intenso e muito positivo principalmente para o comércio. Porém, a população da cidade aumentou muito mais que o normal e, com esse crescimento, alguns problemas também aparecem.

Desde o período de réveillon a questão que tem mais preocupado moradores, veranistas e a Administração Municipal é a água. Duas situações têm acontecido em relação ao serviço. Uma delas é o desabastecimento de algumas residências, a outra diz respeito à dificuldade que os residentes têm sentido para passar café. A Administração Municipal trabalha para resolver os problemas.

Na casa da Estela Salvaro Sônego, na zona norte da cidade, a situação do café se repete desde o dia 28 de dezembro, quando a família chegou à casa de praia. “No começo o café passa rápido, mas logo em seguida vai diminuindo o ritmo e começa a ficar no conta-gotas. Eu troquei a marca do filtro, troquei o suporte, nada dava resultado”, conta Estela.

“Um dia, estávamos com uma visita aqui em casa e eu comentei que nem faria café porque estava demorando muito para passar e ela me disse que na casa dela estava acontecendo a mesma coisa. Foi aí que percebemos que o problema poderia ser da água. Publicamos na rede social e apareceram várias pessoas relatando o mesmo problema”, relata a veranista.

“Inclusive, a gente ouviu que poderia ser falta de limpeza na caixa d’água, mas nós sempre limpamos a nossa caixa antes de vir para cá. Além disso, fizemos um teste com a água da torneira da rua, que não vem da caixa, e também não passava o café”, complementa.

Samae analisa

Relatos como o de Estela começaram a chegar ao Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – Samae de Balneário Rincão na última sexta-feira. O engenheiro químico do órgão, Jean Paulo Zappelini afirma que no mesmo dia fez a coleta da água nessas residências para que pudesse proceder à análise.

“Coletei a água em todas as residências, fiz as análises químicas, físico-químicas e bacteriológicas e todas elas deram dentro dos padrões da portaria 2914 do Ministério da Saúde, que trata de potabilidade de água para consumo humano”, comenta Zappelini.

Algas causam o problema

De acordo com os estudos realizados, o que tem deixado a água com esse aspecto de gelatina é a presença de algas no líquido. Com o crescimento da população, cresce a demanda pelo tratamento e ocorre que algumas dessas algas, que antes eram dissipadas no sistema do Samae, agora não são mais totalmente eliminadas.

“Estamos tratando muito mais água do que o normal. Ano passado nessa época a gente tratava no máximo 150 litros por segundo, hoje estamos tratando 200 litros por segundo, aumentou um terço do ano passado para cá. Então, a gente não consegue ter a mesma qualidade do ano passado, porém está dentro da portaria 2914”, enfatiza o engenheiro.

Os técnicos da Administração Municipal testam novas matérias-primas na busca de obter melhores resultados na eliminação da alga, mas, segundo Zappelini, a população não precisa ficar preocupada com danos à saúde.

“Isso não gera dano à saúde, porque o sulfato de alumínio (utilizado para o tratamento) é um sal que tem até no mar, e a alga tem na lagoa. Por isso, a pessoa que tem alergia não vai poder tomar um banho de mar que tem uma concentração maior (de sulfato de alumínio) do que na nossa água, ou não vai poder tomar banho na lagoa, porque a concentração na alga é maior”, explica o engenheiro.

Precaução continua

Foto: Divulgação

Ao visualizar a água que sai das torneiras de sua casa, Estela e a família não notaram qualquer diferença. A coloração é a mesma de anteriormente e é praticamente a mesma observada na água mineral.

No entanto, a situação do café deixou os veranistas preocupados e, por precaução, a água tem sido utilizada o mínimo possível.

“Agora estamos usando água mineral para fazer café, arroz, para cozinhar só água mineral”, afirma Estela. “Um galão normalmente duraria o mês inteiro, agora já estamos no quarto galão em pouco mais de uma semana”, comenta.

Investimento milionário está previsto

A população do Balneário Rincão fora da temporada é de aproximadamente 12,5 mil habitantes e a expectativa da Prefeitura era de que nesse verão 150 mil pessoas procurassem a cidade para veranear. O número registrado, porém, foi de cerca de 200 mil residentes na primeira semana de janeiro.

O prefeito Jairo Custódio admitiu que o serviço oferecido não foi suficiente para atender a demanda, mas adiantou que os casos pontuais estão sendo resolvidos e que novos investimentos estão previstos na intenção de que o problema não se repita na próxima temporada.

“Vamos sentar com a equipe de técnicos para planejar e vamos contratar mais uma equipe. Não adianta fazer coisas sem um planejamento bem feito. Vamos fazer um estudo técnico para que na temporada que vem seja outra situação”, declara o prefeito. “Planejamos investir de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões em novos reservatórios ainda esse ano para estender o atendimento que precisa ser feito para toda a cidade”, enfatiza acrescenta.

Consumo consciente

Após as festas de fim de ano e passada a primeira semana do mês, a perspectiva é de que a população no Rincão diminua um pouco e venha a chegar ao pico mais aos fins de semana. Com esse cenário, os problemas de abastecimento de água devem diminuir ou mesmo desaparecer.

Mas, para colaborar com os órgãos que prestam o serviço de tratamento, a dica do engenheiro do Samae é a que já se repete sempre que o assunto é o consumo do bem. “Peço que as pessoas tenham consciência. A gente percebe muitas pessoas lavando a calçada e isso aumenta muito o consumo. As pessoas querem uma água melhor, mas precisam tratar melhor a água”, enfatiza Zappelini.

Com informações de Brunas Borges / Portal 4oito

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