Saúde

Prefeitura de Criciúma poderá repassar hoje parte dos salários médicos do Hospital Materno-Infantil

Foto: Ulisses Job

Foto: Ulisses Job

Para colocar fim na greve iniciada na manhã de ontem, no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, a Prefeitura Municipal de Criciúma poderá depositar mais uma parcela dos salários médicos atrasados até a tarde de hoje.

A confirmação do repasse foi informada ontem à noite, pelo gerente do hospital e representante do Instituto Saúde e Educação Vida – ISEV, gestor da instituição, Francisco Paiva. A assessoria administradora se reuniu com a Prefeitura durante todo o dia de ontem para tentar encontrar uma solução para as dívidas existentes.

No entanto, não existe garantia de que a greve, que está atendendo apenas casos de urgência e emergência, seja encerrada. Os valores que serão depositados não foram informados. Segundo o diretor clínico do Materno, Eduardo Ali Gonçalves, os serviços no pronto-atendimento só serão retomados se os pagamentos forem feitos de forma integral. Na quinta-feira, 20, fechará três meses que os salários médicos estão em atraso.

Como o terceiro mês de débito teoricamente ainda não fechou, aumenta a possibilidade da greve ser encerrada com a quitação de pelo menos dois meses de salários. “Eu levarei a proposta para o corpo clínico decidir. Se eles aceitarem voltar com esse valor, então retornamos”, deixa claro. O embate que envolve o caso do Hmisc é que a Prefeitura alega já ter repassado os valores para pagamento dos médicos, mas os recursos teriam sido investidos em outras despesas do hospital.

O secretário da Fazenda, Cloir Da Soller, afirma que só irá liberar a verba após ter em mãos uma análise financeira, solicitada ao ISEV. Uma reunião ocorre hoje de manhã para avaliação do representante municipal. “Queremos saber exatamente para onde esses recursos serão direcionados, porque já pagamos esses atrasados dos médicos, mas eles foram utilizados para pagamento de fornecedores. Agora, queremos uma garantia, o prefeito Márcio fez questão de frisar isso”, diz.

A greve teve início às 7h de ontem, envolvendo 46 médicos que estão trabalhando em sistema de revezamento para atender apenas os casos de extrema urgência.

Primeiro dia tranquilo

O primeiro dia sem serviços no pronto-atendimento à população foi aparentemente tranquilo. A reportagem esteve na instituição e verificou que o hall do hospital se encontrava vazio. Conforme o gerente Fernando Paiva, ao contrário da greve anterior, realizada no início cerca de um mês, essa não pegou a população desprevenida. No entanto, frisou que fora os médicos, todos os demais funcionários continuavam trabalhando para garantir a segurança dos pacientes que estão internados.

“Estamos orientando a população a procurar as unidades de saúde mais próximas ou ainda os hospitais de Nova Veneza ou Içara”. A informação de que uma criança com o fêmur quebrado não havia sido atendida no hospital foi repassada na imprensa ontem. Mas, o diretor clínico Eduardo não confirmou e ainda deixou um alerta para a população. “No caso de fraturas, nem todas são considerados de urgência. Depende muito. Realmente, só estamos atendendo se existe algum caso de risco de vida”, frisa.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna