Saúde

Prefeitura repassa R$ 700 mil para pagamento dos médicos do Hospital Santa Catarina

Foto: Ulisses Job / Divulgação / Clicatribuna

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Completando o terceiro dia, a greve do corpo clínico deflagrada no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina – Hmisc poderá ser encerrada hoje. Como já vinha sendo negociado, a Prefeitura Municipal de Criciúma liberou uma nova parcela de recursos para pagar os três meses de salário médicos que estão atrasados na instituição.

Segundo o secretário da Fazenda, Cloir Da Soller, R$ 700 mil reais foram repassados ao Instituto de Saúde e Educação Vida – ISEV ainda na manhã de ontem. O valor cobre apenas um mês mais 30% da segunda mensalidade de débitos. No entanto, os médicos solicitam o pagamento integral da dívida para retornarem aos serviços. Porém, outro embate envolve a questão. O diretor clínico, Eduardo Ali Dominguez, afirma que até às 20h de ontem os valores não haviam caído nas contas dos funcionários.

Porém, o gerente do hospital, Francisco Paiva, garante que a transferência dos recursos foi feitos pela matriz financeira do ISEV por volta das 16h de ontem. “Já efetuamos e repassamos o valor integralmente para os pagamentos dos médicos”, enfatiza, uma vez que a Prefeitura exigiu que assim fosse feito. Em outra parcela de pagamentos para salários dos médicos, o ISEV utilizou os recursos para equacionar dívidas com fornecedores do hospital.

Negociação com os médicos

Para tentar encontrar um consenso com os médicos, o ISEV tentará buscar uma negociação com os funcionários na manhã de hoje. Conforme Francisco, eles poderão se mostrar relutantes pelo fato do valor não corresponder aos três meses de salário. “Queremos sentar e negociar com eles, pedindo pelo retorno. Acredito que eles irão aceitar”, diz o gerente administrativo. Anunciada com antecedência, a greve está acontecendo desde segunda-feira (17), atendendo apenas casos de extrema urgência ou emergência. 

Sem atendimentos, pais acionam a polícia

Sem receber o atendimento previsto para seus filhos, pais ficaram inconformados e acionaram e a polícia na noite de segunda-feira. Pelo menos dois casos chegaram até a Polícia Militar. Conforme o policial que atendeu uma das ocorrências, em um dos casos uma criança com menos de um ano não foi atendida ao estar com 39°C de febre, e com principiou de convulsão. Chegando ao hospital, o soldado havia solicitado a enfermeira que avaliasse a gravidade do caso da menina.

Contudo, a profissional se negou a avaliar a criança para não se responsabilizar por ela, caso algum médico não quisesse atendê-la posteriormente. A Polícia Militar foi acionada para tentar solucionar outro caso. Desta vez, era uma criança com um corte na cabeça. Da mesma forma, o atendimento não foi prestado e, inclusive, o Conselho Tutelar teria sido acionado. Sobre essas questões, o diretor clínico do hospital já deixou claro à imprensa que apenas casos considerados de vida ou morte serão socorridos no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna