Educação

Produção de pescado ultrapassou os R$ 25 milhões no vale do Braço do Norte

Fotos: Divulgação / Notisul

Fotos: Divulgação / Notisul

Santa Catarina é o maior produtor de pescado do Brasil. No Sul, a região do vale do Braço do Norte é destaque nesta atividade econômica, considerada a maior produtora de peixe de água doce do Estado.

De acordo com dados fornecidos pela Epagri, a região produziu, na última safra, aproximadamente 4,7 mil toneladas, concentrando quatro municípios dentre os oito com a maior produção: Armazém, Grão Pará, Rio Fortuna e Braço do Norte. A atividade, que movimenta cerca de R$ 25 milhões ao ano, já conta com 1.375 piscicultores rurais.

Armazém está na liderança com a 1,2 mil toneladas produzidas na última safra. De acordo com o coordenador de Aquicultura e Pesca Artesanal da Epagri, o médico veterinário Luiz Rodrigo Mota Vicente, uma das principais vantagens do investimento na piscicultura é a possibilidade de conciliar o trabalho com as demais atividades já desenvolvidas na propriedade rural, como suinocultura, avicultura e pecuária.

No entanto, a pesar do crescimento considerável, em geral a atividade continua como um complemento de renda. “A piscicultura continental na região ainda é uma fonte complementar de capital, especialmente em propriedades produtoras de leite e suínos na região do Vale do Braço do Norte e do Rio Capivari”, pontua Luiz Rodrigo.

A principal espécie produzida na região é a Tilápia, cultivada principalmente para a produção de filé. As carpas, o jundiá, e a traíra são criados em menor escala, tendo seu comércio direcionado para a pesca esportiva em Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

A produção local é destinada para a indústria (35%) especialmente para a filetagem, mercado local (feiras de peixes-vivo, supermercados, peixarias, restaurantes, na propriedade) e 45% para pesque-pagues (municipal, regional e interestadual). No entanto, na região de Tubarão, quase a totalidade destina-se a frigoríficos com inspeção estadual e municipal.

Para o coordenador do setor, a piscicultura vive um bom momento, já que a oferta de peixe é muito inferior à procura devido a fatores como o apelo à alimentação mais saudável e à falta de água em regiões brasileiras, que compete com o pescado da região Sul (Sudeste). Lá, o consumo de peixe é inferior a 10% do recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS. “A Epagri apoia os agricultores que quiserem investir na atividade. Os agricultores precisam buscar qualificação e, sobretudo, tornarem-se profissionais. Não é possível ter uma produção de qualidade e economicamente rentável com uma postura de amadorismo”, orienta o especialista.

Escolas públicas da região terão merenda à base de peixe

O peixe é um alimento que faz parte do grupo das carnes. Ele apresenta um misto de minerais e vitaminas que são essenciais a uma alimentação saudável, além disso, possui um baixo teor de gordura quando comparado a outras carnes. Esta gordura apresenta uma série de benefícios no combate e prevenção de várias doenças.

O consumo de peixes reflete de forma positiva na saúde, pois são compostos por ácidos graxos essenciais, assim chamados por não serem produzidos pelo organismo, logo devem ser obtidos na dieta.

O ácido graxo ômega-3 é um deles, e está presente principalmente nos peixes e em seus óleos.

Atentos à importância desse alimento à dieta da população, os extensionistas da Epagri desenvolvem o ideia de inserir o peixe na alimentação escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Alimentar – Pnae, onde há obrigatoriedade de que pelo menos 30% dos alimentos da merenda escolar venha da agricultura familiar.

Na região, as escolas dos municípios de Armazém, São Ludgero e Gravatal já executam o programa. Para isso, a Epagri de Armazém e a prefeitura coordenaram a capacitação de 15 merendeiras. No curso, elas aprenderam sete pratos possíveis de serem colocadas nas cozinhas estudantis.

As receitas foram caldo de peixe, macarrão ao molho de filé de Tilápia e brócolis, moqueca de peixe, Tilápia ao creme de espinafre, risoto de açafrão com peixe, lasanha de peixe com banana e escondidinho de peixe. “O objetivo era mostrar às merendeiras as diversas possibilidades de usar a carne da Tilápia no cardápio diário dos alunos.

“O programa ainda é insuficiente e estamos trabalhando para que outros municípios incluam o peixe na merenda”, pretende o coordenador de Aquicultura e Pesca Artesanal da Epagri, o médico veterinário Luiz Rodrigo Mota Vicente. Ele complementa que o programa incentiva o uso da produção local e gera renda aos piscicultores da região. As capacitações continuam no decorrer do ano letivo. Informações sobre a adesão ao Programa podem ser coletadas em um escritório da Epagri.

Com informações do Jornal Notisul