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Projeto busca implantar em Criciúma igreja que inclui homossexuais

Foto: Divulgação

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A  orientação sexual não define e não deve impedir a fé. Muitas vezes discriminados em ambientes tradicionais religiosos, gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis e transgênicos, aos poucos, ganham uma nova alternativa para se aproximar do meio cristão.

Em Santa Catarina, o projeto "Deixados para trás" ganhou força no decorrer deste ano, há cerca de cinco meses, onde a primeira igreja "Acolhidos por Cristo", de matriz evangélica pentecostal, foi fundada em Joinville.

No mês passado, a segunda sede da igreja foi inaugurada em Imbituba e o objetivo é que a proposta de uma religião mais inclusiva e igualitária seja expandida rapidamente. Conforme o fundador, Jota Macedo, este é um projeto voltado para todo o Brasil e Criciúma, em breve, deverá contar com um espaço para cultos. Primeiramente o projeto instala um ponto de pregação e, depois, a igreja é construída, onde casamentos homoafetivos também poderão ser realizados.

Encontros semanais 

As reuniões da "Acolhidos por Cristo" acontecem duas vezes por semana, às quartas-feiras e domingos. Os cultos estão sendo transmitidos on-line e ao vivo, motivo que faz com que os interessados de outras cidades catarinenses entrem em contato com Jota. "Criciúma está começando agora a despertar o inte-resse do público LGBT através da nossa transmissão do Facebook. O que falta é um local para realizar os cultos, mas acredito que até o fim do ano já estejamos realizando algo na cidade", conta.

O idealizador explica que, além da incluir e aproximar homossexuais na vivência religiosa, a proposta é acabar com a homofobia nesses ambientes. "Nós não pregamos a cura da homossexualidade, e sim a cura da homofobia. Com bases bíblicas, não vemos motivos para exclusão dos homossexuais. Na Bíblia, Jesus sempre incluiu todas as minorias. Quando se trata de almas, não importa o sexo", afirma o idealizador. 

A vontade de desenvolver esse projeto teve início quando Jota morava em São Paulo. "Deus falou comigo lá e, desde então, voltei com o intuito de desenvolver esse projeto em Santa Catarina. Em São Paulo, eu não havia encontrando muito espaço. Mas agora temos levantado a idéia com força", conta. Uma das principais razões que fez com que o projeto ga-nhasse vida foi o interesse dos locais convencionais em "curar" os homossexuais, o que não oferecia o devido resultado.

"As igrejas tradicionais pregam a cura da homossexualidade. Mas essas pessoas acabam sendo deixadas para trás, são des-respeitadas e ficam excluídas. Isso é uma injustiça, porque tentam curar, mas não conseguem e acabam deixando todos órfãos espiritualmente", fala Jota.

Adesão às igrejas

Aos poucos, esta nova possibilidade de convívio com meio cristão ganha o seu espaço. Mas Jota alega que este é um processo lento, feito aos poucos, porque muitas pessoas ainda não estão habituadas à novidade. "Em Imbituba, por exemplo, eles são muito tradicionalistas e apresentaram um pouco de receio, por toda a discriminação que eles enxergam. Mas é na-tural no início", acredita. Já em Joinville, a igreja já conta com 70 membros atuantes. Agora, devido à boa adesão, a expectativa dos rea-lizadores do projeto é pela inauguração da igreja inclusiva de Tubarão, dentro de um mês.

Amanhã Jota estará representando a causa no encontro das Igrejas Inclusivas do Brasil, que acontecerá em Curitiba, Paraná, entre 14 e 16 de outubro. Atualmente, o país já conta com cerca de 30 igrejas inclusivas, espalhadas por várias localidades brasileiras. Apesar de ser voltada ao público LGBT, as igrejas são abertas para todos os públicos. Mais detalhes podem ser acompanhados pelo Facebook: Apóstolo Jota Macedo.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna