Economia

Qualidade deve garantir bom preço do fumo

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

A safra de fumo 2013/2014 deve registrar redução de produtividade em Içara, um dos principais produtores da Região Carbonífera. A diminuição da área plantada e as condições climáticas interferiram na produção, que deve ficar abaixo de 7 mil toneladas. "Tivemos diminuição da área plantada e, por conta das chuvas, no mês passado, os insumos das lavouras foram arrastados, o que atrapalhou a produção", explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Içara, Hercílio Jair De Stefani.

Apesar disso, De Stefani acrescenta que a qualidade do fumo está boa, garantindo bons preços à lavoura. "Não tivemos ainda nenhuma reunião com as empresas fumageiras, o que deve acontecer em novembro. Durante a reunião, as empresas e os trabalhadores apontam seus cálculos de custos e, a partir disso, iniciamos as negociações de preço", coloca o presidente.

Oito hectares cultivados

O fumicultor de Içara Ézio Budny, de 61 anos, cultivou oito hectares de fumo juntamente com os familiares e deve colher todo o tabaco até o mês de dezembro. A estimativa do agricultor é colher entre 25 e 30 toneladas, média dos últimos anos na propriedade. "A chuvas detonaram algumas lavouras, mas a qualidade deste início de colheita neste ano está melhor que o do ano passado. Tudo depende muito de como ficará o clima daqui em diante", observou Budny em entrevista ao Portal Clicatribuna. Ele espera que o preço médio do tabaco, que está em R$ 7,50 o quilo, sofra reajuste.

Há dois anos, preço foi ruim

Além da área, o número de fumicultores também sofreu redução no município. Atualmente, são 700 propriedades que cultivam, ao todo, 3,5 mil hectares.

Budny lembra que, há dois anos, a classificação do fumo ficou muito baixa, despencando o preço do produto. "Foi neste período que muitos produtores acabaram quebrando e largando a atividade, diminuindo o cultivo da lavoura", conclui o produtor, que há 35 anos planta tabaco. A falta de mão de obra para a atividade também tem sido um problema constante.

"Muitos trabalhadores rurais estão preferindo ir para a cidade, mesmo que seja por um salário um pouco menor. Para trabalhar na lavoura, o empregado consegue uma renda maior. A média está em R$ 100 ao dia, mas o serviço é bastante cansativo", acrescenta o fumicultor.

Propriedades devem se adequar às novas regras

As propriedades de tabaco também estão buscando uma solução para os trabalhadores da atividade. Com a Norma Regulamentadora (NR-31), que impõe novas condições de trabalho na agricultura, os trabalhadores não podem ser terceirizados.

"Estamos tentando achar uma solução para resolver essa situação. Um possível consórcio com mais de um produtor também foi proposto, mas é bastante complicado. Já tivemos reunião com o Ministério do Trabalho e o INSS para tentar a melhor solução", esclarece De Stefani.