Saúde

Rede Feminina de Orleans: guerreiras voluntárias em prol da saúde das mulheres

No Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, dia 8 de março, por volta de 30 mulheres orleanenses, que se comprometem diariamente com o nobre propósito de salvar a vida de outras mulheres, merecem destaque. O trabalho da Rede Feminina de Combate ao Câncer é desenvolvido há 18 anos no município e, conforme a jovem presidente, Mirele Debiasi, voluntária há oito anos, o objetivo é garantir a prevenção por meio da difusão de informações.

“Hoje, sabemos que 90% dos casos de câncer de mama ou do colo do útero, quando descobertos no início, tem chance de cura. No entanto, a maioria das mulheres só descobrem que têm câncer em um estágio muito avançado porque não fazem mamografia, não fazem exames preventivos ou desconhecem os sintomas. Então, quando fizemos estes trabalhos de prevenção em escolas ou empresas, por exemplo, nós as ensinamos a identificar”.

Além disso, o intuito é também fazer com que a mulher, no momento em que perceber algo diferente, procure a Rede Feminina. “Aqui, iremos realizar os testes necessários para saber se realmente trata-se de um caso de câncer. As mulheres descobrem o câncer já tarde, o que leva à retirada da mama ou até à morte. A dificuldade não está no tratamento, mas sim na identificação do câncer em um estágio inicial. Então este é o nosso trabalho: atuamos na prevenção para salvar vidas”.

No Dia Internacional da Mulher, uma mensagem:

"Se amem, cuidem da própria saúde. As mulheres sempre cuidam do filho, do marido e da casa, se colocando em terceiro ou quarto plano. Mas elas não podem esquecer que, para cuidar dos outros, elas precisam cuidar delas também. Fiquem atentas à saúde e procurem a Rede Feminina sempre que precisarem. Contem com nós voluntárias como amigas de vocês. Nós estamos aqui para isso", frisou Mirele.

A satisfação por salvar vidas

A presidente da Rede Feminina descreve a satisfação proporcionada ao salvar vidas e ao fazer o bem. “O retorno vem em forma de carinho, agradecimento e através das vidas que são salvas. Muitas vezes, é difícil pela falta de apoio, mas eu amo ser voluntária e trabalhar por esta causa. A cada ano que passa, eu me apaixono mais pela Rede Feminina, pela missão e valores deste trabalho humanizado. Eu me sinto realizada. Tenho que conciliar o meu trabalho, o estudo, a família e, mesmo assim, não passa na minha cabeça abandonar meu trabalho de voluntária. Isso exige bastante tempo, são questões burocráticas, coordenar e sempre manter as voluntárias motivadas para saírem de casa e para realizar estes trabalhos sem remuneração financeira”, afirmou.

Trabalhos realizados

A Rede Feminina de Orleans funciona das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira, anexa à Fundação Hospitalar Santa Otília. “É realizado exame preventivo do colo do útero gratuitamente. A mulher deve apenas apresentar o cartão SUS e os documentos e a enfermeira irá realizar a coleta. Não precisa agendar, basta chegar e fazer", explicou. Além disso, todas as segundas-feiras, a partir da 14 horas, há encontros com objetivo de troca de informação e de experiências entre as mulheres.

“Em torno de 35 mulheres participam dessas reuniões. O encontro é voltado para pacientes que já tiveram câncer, que passaram por depressão ou mulheres que se sintam sozinhas. Enfim, o apoio é voltado para as mulheres em geral. Sentiu vontade de passar uma tarde diferente, é só se dirigir à sede da Rede Feminina. Toda segunda-feira é um tema diferente, com profissionais especializados e um café da tarde. Um dia bem divertido para começar a semana".

“Agora contamos com uma enfermeira, a Denise Becker, que é concursada pela Prefeitura e, na parte da tarde, é cedida para a Rede Feminina. Ela começou a trabalhar conosco ontem, dia 7”. Uma médica ginecologista e mastologista, que é especialista em mama, atende uma vez por mês na Rede Feminina de Orleans. Nesta sexta-feira (11), a doutora Beatriz Althoff, de Criciúma, estará no local. Outra ação realizada é a palestra. No dia 19 de março, em um sábado, às 15 horas, acontecerá na Igreja do Rio Laranjeiras.

Ações para manter a Rede Feminina

Para manter os trabalhos de prevenção e apoio, duas ações são realizadas. Trata de um brechó e de rifas. “Temos um brechó, no qual recebemos roupas usadas das pessoas, em bom estado, e vendemos sede da Rede Feminina por um valor bem simplório. Quem quiser doar roupas, calçados, roupas de cama, bolsas, bijuterias, pode trazer para a gente. E, se quiser comprar, também, é só se dirigir à sede. Nós fazemos um trabalho social. Doamos as roupas de cama para as pessoas acamadas ou pessoas que sabemos precisam e que estão no hospital. De resto, nós vendemos porque é através disso que mantemos nossas despesas".

Isso, entretanto, não é suficiente para arcar com a despesa para contratação de uma funcionária, necessitando do apoio do poder público. “Pagamos a despesa com material de escritório, contador, faxineira, material de expediente, realização de campanhas e para manter a instituição. Mas nós gostaríamos de ter uma secretária para dar suporte às voluntárias. Para isso, é necessário um valor pequeno, de um salário mínimo", explicou Mirele.

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