Saúde

Santa Cannabis: associação de SC é autorizada a cultivar maconha para fins medicinais

O cultivo deve ser destinado a produção de óleo medicinal utilizado em tratamento de várias doenças

Associação recebeu autorização para cultivar a planta e produzir óleo para tratamento medicinal – Foto: Ilustrativa/Divulgação

A Santa Cannabis (Associação de Cannabis Medicinal de Santa Catarina) foi autorizada pela Justiça a cultivar maconha e produzir óleo para tratamento medicinal. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (22) pela Justiça Federal, mas a decisão foi emitida ainda no último dia 16 de fevereiro. Ainda cabe recurso.

Com a autorização, a associação poderá importar sementes de maconha para o cultivo, que deve ser destinado para a produção de óleo medicinal. Ainda poderá realizar pesquisas com o grupo de pacientes da entidade.

A sentença é do juiz Leonardo Cacau dos Santos La Bradbury, da 2ª Vara da Justiça Federal em Florianópolis. A decisão é referente uma ação civil pública contra a União e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Apesar da autorização, a Justiça Federal esclarece que “as proibições da Anvisa referentes a finalidades distintas das autorizadas pela sentença permanecem aplicáveis à associação”.

Uso da maconha em tratamento de doenças

Na ação, a Santa Cannabis alegou que no país existem milhares de pessoas com prescrição médica para utilização do óleo, que é eficaz no tratamento de várias doenças, como em casos de epilepsias infantis. A associação ressalta inda que o uso medicinal da planta é realidade em outros países.

Atualmente, conforme destacou a entidade no processo, os pacientes com prescrição médica precisam obter uma Autorização Excepcional de Importação da Anvisa para poder ter acesso ao medicamento. A medida reduziria custos e tornaria mais acessível o tratamento, pois – segundo a associação – o valor médio mensal do medicamento importando é de cerca de R$ 3,5 mil.

Na decisão, o juiz destacou que não há controvérsia em relação as propriedades medicinais da maconha, que inclusive são reconhecidas pela Anvisa e União. “Ocorre que as discussões no âmbito administrativo arrastam-se há anos, sem que se aproxime de uma regulamentação específica; por outro lado, os pacientes que necessitam da cannabis para tratamento de sua saúde ficam sem ter uma forma adequada de obtê-la”, afirmou o magistrado.

Bradbury destaca ainda que a demora na regulamentação em relação a cannabis “constitui omissão por parte da Administração, a ponto de causar prejuízo à saúde pública”.

Santa Cannabis

A Santa Cannabis é uma associação nacional de Santa Catarina, que atende 3.400 pacientes associados – segundo informações do presidente da entidade, Pedro Sabaciauskis.

O executivo explica que todo o processo será feito pela entidade, desde a semente até a produção do medicamento. Segundo ele, isso deve baratear os custos e facilitar o acesso do tratamento a pacientes que não têm condições de pagar.

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Via ND+