Saúde

Santa Catarina vive ‘explosão’ de casos de dengue com quase 59 mil diagnósticos prováveis

Estado acumula ainda 27 mortes por dengue em 2024; doença é preocupação das autoridades de saúde de todo o país

Foto: Reprodução/EBC/ND

Santa Catarina vive uma explosão de casos de dengue, assim como em todo o país. Ao todo, segundo o painel da doença da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), já são 58.555 casos prováveis de dengue no estado.

Só para se ter uma ideia da gravidade da doença em Santa Catarina, fazendo uma média, são 760 casos prováveis da doença por dia no estado.

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O número indica que todas as semanas os profissionais de saúde se deparam com pelo menos 5.300 pessoas com possibilidade de estarem com dengue.

Dentre os casos, já foram confirmadas 27 mortes causadas pela doença. Há ainda outras 14 mortes em investigação para dengue.

A cidade com mais casos de dengue em Santa Catarina segue sendo Joinville, com 27.729 diagnósticos prováveis.

Pesquisa constata que dengue se espalha para o Sul e Centro-Oeste

Um estudo conduzido pelo pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório de Clima e Saúde do Icict (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde) da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), revelou que a dengue está se expandindo para regiões do Sul e Centro-Oeste do Brasil, onde a doença não era tão prevalente anteriormente.

Segundo Barcellos, o estudo identificou uma correlação entre os mapas de ondas de calor que têm afetado o Cerrado desde 2023, penetrando no interior dessas regiões, e as anomalias de temperatura em comparação com as áreas de maior incidência de dengue em 2023 e nos anos subsequentes.

“Esses mapas mostraram uma notável semelhança. Analisamos os registros de casos de dengue de 2000 a 2020 usando técnicas de mineração de dados e observamos a coincidência de períodos desses indicadores de temperatura. Dois fatores importantes chamaram a atenção: a altitude e essas anomalias de temperatura”, explicou Barcellos.

O que é a dengue?

Segundo a Dive, a dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada.

Sintomas de dengue:

De acordo com o Ministério da Saúde, todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.

No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:

dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
vômitos persistentes;
acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
hipotensão postural e/ou lipotímia;
letargia e/ou irritabilidade;
aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) maior 2cm;sangramento de mucosa; e
aumento progressivo do hematócrito.

Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas maiores de 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.

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Tratamento

De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:

Repouso;

Ingestão de líquidos;
Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
No entanto, apesar das medidas, ainda não existe tratamento específico para a doença.

Com informações do ND+

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