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Seca começa a preocupar em Forquilhinha

As plantações de arroz e milho são as mais castigadas

A falta de chuva na região começa a preocupar em Forquilhinha (SC). O Rio Mãe Luzia, sempre imponente, está com pequenas lâminas d’água e em alguns locais, o que mais se destaca é o fundo do rio e as pedras. Grande parte das lavouras de arroz utiliza água do rio, e em algumas comunidades, já existe a falta total dela. Aproximadamente dez comunidades do interior dependem desta água para irrigar o arroz, e para outras culturas. “Quando a água desce do rio São Bento até o Mãe Luzia, fica restrita a duas ou três comunidades, faltando para todas as outras, já que as bombas recolhem esta água antes de chegar as demais”, salienta o Secretário de Agricultura de Forquilhinha Vilmar Mendes. Ele afirma que se em uma semana não chover, as perdas certamente ultrapassam os 10%. Atualmente, 612 famílias em Forquilhinha vivem da agricultura. Só de arroz, são 10 mil hectares plantados.

As plantações de arroz e milho são as mais castigadas. Esta é a segunda vez que Forquilhinha enfrenta problemas com a seca em 2012. Em maio, foi decretada situação de emergência e os prejuízos chegaram a R$ 3 milhões.

De acordo com Volnei João Meller da Epagri de Forquilhinha, as perdas podem ser consideráveis se não chover em uma semana aproximadamente. “A falta de água está afetando o desenvolvimento normal da cultura do arroz, ocasionando problemas no sistema de absorção de nutrientes e no controle eficaz de plantas invasoras”, comenta. Meller enfatiza que certamente haverá perdas, porém elas podem ser menores se ocorrer chuva em breve.

Quanto ao milho, o quadro ainda permanece indefinido. “Existem lavouras em diversos estágios de desenvolvimento, algumas já prejudicadas, é preciso esperar”, afirma Meller.
Na tentativa de amenizar os problemas com a seca, Forquilhinha oferece a construção de açudes para criação de peixes. “Além de armazenar água em épocas de fartura, ainda traz uma renda a mais com a venda dos peixes. É uma venda garantida com preço mínimo garantido”, explica o secretário. Desde que a prefeitura criou o programa de incentivo à piscicultura e recebeu do Ministério da Pesca e Aquicultura uma escavadeira hidráulica, cinco açudes foram abertos, e há 22 pedidos aguardando.

Enquanto não chove, o que resta é aguardar. “Por enquanto, vamos ficar em alerta”, comenta o Coordenador da Defesa Civil do Município, Edson Szymanski. Vale ressaltar que até hoje, Forquilhinha não recebeu nenhum tipo de ajuda desde quando decretou situação de emergência em maio deste ano. “Não recebemos nada. O custo da manutenção é muito alto, bancamos todas as despesas. Vamos fazer o que pudermos fazer, mas os prejuízos já são visíveis. Estamos preocupados”, ressaltou o prefeito Lei Alexandre.

Com a barragem do Rio São Bento seis metros abaixo do nível normal, o superintendente da Casan não vê problemas. “O volume que tem de água nos dá tranqüilidade de atravessar o verão todo, mesmo que seja um verão seco. Não temos problemas de abastecimento, nem qualquer tipo de racionamento. Quanto à agricultura não sabemos ainda. A prioridade é o abastecimento humano”, enfatizou o superintendente da Casan Vilmar Tadeu Bonetti.

Carla Giassi/Comunicação Prefeitura de Forquilhinha