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“Sem a barragem já estaríamos sem água”, afirma gerente da Casan

Nível da Barragem do Rio São Bento já baixou mais de cinco metros, mas ainda não chega a preocupar

A estiagem que vem preocupando muitos municípios da Região Sul deve continuar pelo menos até junho. E se a água já está faltando na agricultura, nas casas ainda não faltou devido a uma obra que começou a funcionar em 2006. A Barragem do Rio São Bento é que está auxiliando no abastecimento de água da população nesses últimos meses. A informação é do gerente regional da Casan, Alessandro Rabello.

“Se não fosse pela barragem, hoje não teríamos mais água nas residências. Ela tem três objetivos principais: Abastecimento, contenção de cheias e auxilio a agricultura. Hoje nós não podemos mandar água para a agricultura, pois o nível está mais baixo e comprometeria o abastecimento. Se fosse época de safra, que é quando liberamos mais água para a rizicultura, por exemplo, não poderíamos fazer isso”, explica Rabello.

Segundo ele, a barragem, que fica entre os rios Serrinha (à esquerda) e São Bento (à direita), está 5,6 metros abaixo do nível habitual. “Creio que já deva estar uns 40% abaixo do nível normal. Atualmente ela agüentaria mais 260 dias sem chuva abastecendo toda a região. Mas com certeza não chegará a tanto tempo sem chuva”, acredita.

A região abastecida pela barragem compreende seis municípios: Criciúma, Forquilhinha, Maracajá, Nova Veneza, Siderópolis, e Içara. “Hoje atendemos 70% de Içara, já que a parte do Balneário Rincão é abastecida pelas lagoas. No próximo ano, com o Rincão se tornando município, Içara será 100% abastecida”, revela o gerente regional.

Para quem já viu cheia, o nível assusta

De acordo com Rabello, o nível baixo não preocupa ainda, pois as previsões indicam chuva em breve. Porém, assim como em épocas em que a barragem esteve muito cheia, planos de segurança já estão elaborados.

“Sempre temos planos emergenciais. Assim como na época em que foram muitas chuvas, a barragem ficou 1,16 metros acima do vertedouro. Ela suportaria 2,20 metros, por isso já estávamos cogitando a possibilidade de ter de abrir outro lado para a vazão de água. Mas esses planos não dependem só da Casan, é um grupo de várias entidades que decidem, e no final, precisa da aprovação do governador do estado”, aponta.

Chuvas só em junho

Segundo o doutor em climatologia da Epagri de Urussanga, Márcio Sônego, as previsões previam chuva em maio, o que não ocorreu. “A expectativa era de que no mês passado já tivéssemos uma boa quantidade de chuva. Ela foi para as outras partes do estado e faltou aqui. O que está ocorrendo é o que chamamos de ‘sombra de chuva’, em que o paredão da serra impede com que as nuvens de chuva cheguem. Mas a estimativa é de que em junho as chuvas já voltem ao normal”, garante Sônego.

A Tribuna
Foto: Lucas Jorge