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Serra da Rocinha é armadilha para motoristas

Foto: Giorgia Daniel

Foto: Giorgia Daniel

Uma das principais passagens entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, a Serra da Rocinha, segue com situação indefinida. A BR-285, via fundamental para o escoamento de produtos da região serrana e passagem para turistas na temporada de verão, é uma armadilha para motoristas.

Em outubro de 2013 a Ordem de Serviço para a pavimentação dos 22 quilômetros da rodovia Abel Dal Pont foi assinada pela então ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti. A obra, entre São José dos Ausentes (RS) e Timbé do Sul (SC), não começou e a estrada continua precária.

A manutenção é de responsabilidade do Governo de Santa Catarina. Em visita recente à região, o governador Raimundo Colombo afirmou que tomará providências. “Ele nos garantiu que repassará o valor para a SDR para fazer a manutenção até o final do ano e tirar a rodovia do estado lastimável que se encontra”, disse o prefeito de Timbé do Sul, Eclair Alves Coelho.

Do perímetro urbano de Timbé até a subida da serra são sete quilômetros. A chuva constante das últimas semanas agravou ainda mais o problema. “Esta é a parte mais caótica. Mais de 200 famílias transitam diariamente por esta estrada e há o escoamento de produção. Isto nos deixa alerta, pois os moradores são os que mais sofrem. Esta rodovia não é de responsabilidade de manutenção por parte do município, mas não podemos nos omitir face ao descaso das autoridades estaduais e federais”, comentou o prefeito.

Jogo de empurra-empurra

Mesmo com a garantia do governador de que o Estado faria a manutenção da vida, o secretário de Desenvolvimento Regional de Araranguá, Ademir da Silva, disse que no momento não tem condições de executar essas manutenções.

“É uma via federal, que já tinha licitação e acabou que a empresa saiu. Não temos máquinas e recursos, não podemos investir tudo lá e deixar os outros municípios desatendidos”, afirmou Silva.

Considerada essencial para o desenvolvimento econômico da região, a BR-285 apresenta muitos buracos e dificulta a mobilidade e escoamento de produtos. “É algo fundamental, que já foi reivindicado. Sabemos que a situação é incerta e que nenhum setor assume a responsabilidade”, ressaltou o presidente da Associação Empresarial de Araranguá e do Extremo Sul Catarinense (Aciva) Kleber Frigo.

Com as chuvas, os caminhões de madeira que transitam com excesso de peso, dentre outros escoamentos de produção, a estrada encontra-se intransitável. Segundo o prefeito, os ministros e técnicos do DNIT “mal prestaram atenção” nas reivindicações. “Jamais vou deixar de receber um ministro aqui na nossa cidade. Mas hoje temos o sentimento de que fomos enganados. Aguardamos a vinda deste recurso prometido pelo governador para pelo menos os sete quilômetros de estrada até o Pé da Serra e, quem sabe, um posto de pesagem, para que os caminhões não transitem com sobrepeso, danificando a estrada que é de uso de todos”, disse Coelho.

Além de fundamental para o desenvolvimento da região, a via já foi palco de tragédias. Uma das maiores ocorreu no último dia de 2014. Uma família que descia em direção ao litoral morreu quando o carro em que estavam caiu na ribanceira (relembre o caso).  

Colaboração: Giorgia Daniel