Economia

Suinocultura reage após crise

Os suinocultores de Santa Catarina comemoram a região no setor. Nos últimos meses, a cotação do animal vivo teve alta em todas as regiões, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca. No Vale de Braço do Norte, o aumento foi de R$ 2,30 para até R$ 3,00.

De acordo com Adir Engel, vice-presidente catarinense da regional Sul da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, a valorização fez com que o produto atingisse um ponto de equilíbrio. “Embora o produtor sempre espere incremento, vivemos um momento que eu considero ideal, pois, com o preço neste patamar, todos estão ganhando – o produtor, os fornecedores e o consumidor”, aponta.

Para Adir, caso o produto fique mais valorizado, isso vai levar a um aumento de preço ao consumidor que, futuramente, resultará na queda do consumo. “Dessa forma, isso traria prejuízos futuros para o produtor e toda a cadeia. Hoje, avalio que estamos em um equilíbrio e o ideal é que ele se mantenha”, avalia.

O mercado externo é o grande motivador do bom momento da suinocultura no Estado. Isso porque, pontua Adir, a Ucrânia, um dos compradores mais importantes do setor, tinha paralisado as importações do produto, mas retomou no mês passado. “O mercado interno é nosso maior foco, mas não absorve toda a produção. Por isso que a retomada da exportação para a Ucrânia é importante”, destaca.

Conforme o Diário do Sul, outro fator que influenciou positivamente o setor foi o anúncio da abertura do mercado japonês, que fez com que os frigoríficos aumentassem os estoques para se preparar para o incremento nas vendas que isso deve gerar, tanto no mercado externo quando no interno, já que uma fatia maior deste último será aberta para os produtores, à medida que os grandes frigoríficos voltarem parte de seus produtos para o Japão.

A entrada da carne suína catarinense foi autorizada pelo governo japonês em maio deste ano. Em junho, o governador Raimundo Colombo e o secretário João Rodrigues estiveram em Tóquio para oficializar a parceria.

Preço teve incremento

A Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS) aponta que, no Estado, o produtor recebe R$ 2,70 por quilo de peso vivo e a Bolsa de Suínos reajustou em R$ 2,85 por quilo. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, destaca a importância das medidas adotadas pelo governo do Estado e a conquista do mercado japonês. “O governador Raimundo Colombo solicitou aumento na utilização de carne suína nas refeições oferecidas pelo Estado nas escolas, abrigos e centros de atenção social, hospitais e nos presídios e as primeiras exportações da carne suína catarinense ao mercado japonês já iniciaram”, completou Rodrigues.

O secretário defende que a abertura de mercados como o japonês representa um grande passo para garantir estabilidade para a suinocultura catarinense. Oito frigoríficos de cinco empresas foram habilitados a exportar carne suína ao mercado japonês nesta etapa: BRF (com as unidades de Campos Novos e de Herval D’Oeste), Seara (unidades de Seara e de Itapiranga), Pamplona (Rio do Sul e de Presidente Getúlio), Aurora (Chapecó) e Sul Valle (São Miguel do Oeste). Os primeiros embarques foram enviados em julho e chegam ao Japão no final deste mês.