Saúde

Vacinação contra a gripe será liberada para toda a população a partir de segunda-feira

Vacinação contra a gripe

Foto: Mateus Bruxel / Agência RBS

O Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (2), que a partir da próxima semana a vacina contra a gripe estará liberada para toda a população. Estados e municípios foram orientados a ofertar a vacina para todas as faixas etárias nos postos de saúde, enquanto durarem os estoques. A medida só é válida neste ano e foi adotada porque ainda há um estoque disponível de 10 milhões de doses em todo país.

A campanha foi prorrogada para até o dia 9 de junho com o intuito de alcançar a meta de vacinação. Em SC a taxa de cobertura atual dos grupos prioritários é de 84,98%, sendo que a meta é de 90%. No Estado ainda restam 228,5 mil doses, porém os postos de vacinação devem reservar 108,7 mil para as segundas doses obrigatórias das crianças de até dois anos, além das doses para as gestantes, que podem procurar a imunização caso fiquem grávidas após o período da campanha. Ou seja, serão 119,8 mil doses disponibilizadas para a população em geral, já que não haverá envio de mais doses aos municípios.

“Nunca tivemos a ampliação para toda a população em SC, até porque sempre alcançamos altas coberturas e não sobram tantas doses. Ano passado a taxa foi de 97%”, afirma Vanessa Vieira da Silva, gerente de Doenças Imunopreveníveis e Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive-SC).

O Estado aparece entre aqueles com as maiores coberturas de vacinação do país, atrás do Amapá (95,6%) e Paraná (84,9%). Santa Catarina apresenta uma cobertura vacinal de 84,9%. Já os estados com menor cobertura são Roraima (60,8%), Pará (65,3%) e Mato Grosso do Sul (67,8%).

Os grupos prioritários que já atingiram a meta em SC são puérperas (92,21%), indígenas (90,4%) e idosos 96,58%. Crianças (71,37%), trabalhadores de saúde (71,4%), gestantes (64,77%) e professores (76,98%) ainda não atingiram. Além disso, 450,3 mil doses foram aplicadas em pessoas com doenças crônicas e outras comorbidades.

Quem quiser se vacinar deve procurar um posto e levar, de preferência, a carteira de vacinação. Caso não tenha, deve portar um documento de identificação. As vacinas serão disponibilizadas até quando durarem os estoques.

Medida para evitar desperdício

O Amapá é o único estado do país que atingiu a meta até este momento. O ministro da Saúde ressalta que a ampliação do público na última semana da campanha ocorrerá porque ainda há doses disponíveis.

“Neste ano, tivemos poucos casos por influenza devido à baixa circulação do vírus. Em consequência disso, o público-alvo procurou menos os postos de saúde. No entanto, ainda há 10 milhões de doses de um montante de 60 milhões adquiridas. Para que não haja desperdício, já que estas vacinas só valem por um ano, decidimos estender a todas as faixas etárias, enquanto durarem os estoques”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

A coordenadora Nacional do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, alerta sobre a importância do público-alvo ainda se imunizar para evitar a gripe e seus possíveis agravamentos.

“É importante que a população da campanha se vacine neste período para ficar protegida quando o inverno chegar. A vacina demora 15 dias para fazer efeito no organismo, por isso o Ministério da Saúde planeja a campanha antes do inverno, período de maior circulação dos vírus da influenza”, destacou Carla Domingues.

Importância da vacinação

Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.

Casos e mortes em SC

Desde o início do ano, já foram confirmadas 110 hospitalizações pelo vírus influenza A. Destes casos, 107 foram pelo vírus do subtipo H3N2, um por H1N1 e dois aguardando subtipagem. Também foram registrados nove casos de influenza B. Santa Catarina também registrou 14 mortes por gripe A, todas pelo vírus H3N2.

“A média passou de nove para 21 internações por semana entre abril e maio. E o perfil dos casos comprova a prevalência da doença entre a população que compõe os grupos prioritários da campanha de vacinação, ou seja, com algum fator de risco associado”, afirma Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Dive/SC.

As pessoas que pertencem aos grupos da campanha, para receberem a vacina, devem comparecer ao posto de vacinação preferencialmente com a carteirinha de vacinação. Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis devem apresentar prescrição médica com indicação da vacina contra influenza ou, caso sejam cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do SUS, podem se dirigir aos postos em que estão registrados para receber a vacina sem a necessidade da prescrição. Já os professores têm de apresentar comprovante de vínculo com uma instituição de ensino e os trabalhadores de saúde precisam apresentar carteira de identificação profissional.

Prevenção contra a gripe é essencial

Além da vacinação, há outras ações de prevenção contra gripe que devem ser mantidas. É importante lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou utilizar o álcool gel e evitar tocar os olhos, a boca e o nariz após o contato com essas superfícies.

Ficar atento aos sintomas da gripe, que, em geral, são febre alta, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço e dores musculares também é essencial. Quem estiver com febre alta, tosse e falta de ar deve procurar uma unidade de saúde em até 48 horas. O tratamento precoce com medicamentos antivirais ajuda a evitar a evolução para formas graves que podem levar a internação e ao óbito.

Com informações do site Diário Catarinense

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