Educação

Vagas públicas de medicina em SC são insuficientes

Diante do quadro o deputado federal Jorge Boeira luta para a implantação de curso de Graduação em Medicina no Campus universitário da UFSC em Araranguá

O deputado federal Jorge Boeira entregou nesta quarta-feira (20) à Diretora de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior do Ministério da Educação, Adriana Weska, o Estudo para implantação de curso de Graduação em Medicina no Campus universitário UFSC em Araranguá. O documento trata da apreciação da viabilidade de se criar no município o referido curso.

Segundo o parlamentar, o estudo salienta a necessidade da implantação de vagas de medicina no Sul de Santa Catarina. “Trata-se de uma região carente de medicina assistencial, e, principalmente, de profissionais qualificados para atuarem nas mais diversas áreas da saúde tanto no setor público como no privado”, salienta Boeira.

A criação do curso insere-se no contexto da expansão do número de vagas para formação de médicos no Brasil, autorizada pelo Ministério da Educação no ano passado. Para a universidade pleitear as quase 2,5 mil vagas, são necessários alguns requisitos: a cidade da instituição precisa estar em uma localização estratégica na região, no município é necessário haver hospitais com cinco ou mais leitos por aluno; e ter número de alunos por equipe de atenção básica maior ou igual a três. Também é preciso que haja leitos de urgência e emergência ou pronto socorro e leitos do SUS para utilização acadêmica, permitindo o aprendizado dos alunos junto aos pacientes. Todos estes requisitos são atendidos em Araranguá. O objetivo do MEC em ofertar mais vagas é formar mais profissionais para atuarem no Sistema Único de Saúde e a necessidade de profissionais em regiões mais distantes dos principais centros urbanos.

Conforme Adriana Weska, nesta primeira etapa serão consolidados os cursos que já estão em processo de implantação e em 2014 começará a oferta de novas vagas. “Louvo a atitude do parlamentar de se preocupar com a educação na sua região. A implantação de novos cursos leva tempo, mas o deputado e a Universidade já vêm se mobilizando pra isso e nós do MEC sabemos que existirem, como existem hoje, apenas 40 vagas públicas de medicina no Estado é muito pouco.

Santa Catarina possui um curso de graduação em medicina gratuito pela UFSC,  no campus de Florianópolis, e um, em fase de implantação, no outro extremo do Estado, na Universidade da Fronteira Sul, em Chapecó.  Araranguá fica distante 215 km de Florianópolis e 255 km de Porto Alegre. A distância entre as cidades não é muito expressiva, mas para alguns dos possíveis futuros acadêmicos torna-se difícil se estabelecer nas capitais devido ao alto custo de vida. A implantação do curso de medicina facilitaria o acesso dos estudantes de cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina como Araranguá, Criciúma, Tubarão, Osório e Vacaria. A implantação também atenderia a demanda da procura pelo curso, que hoje está concentrada em Florianópolis, e é de 103,21 candidatos por vagas.

Dados estatísticos colocam o Brasil entre os países com pior relação médico/habitante. Segundo estimativa do IBGE, em 2009 o Brasil possuia 1,8 médicos para cada mil habitantes, número que pode chegar a 2,0 em 2013. Este valor é considerado abaixo se comparado com outros países da América Latina, que ultrapassam a 3,0. A implantação de novos cursos de medicina visa aumentar esses índices, principalmente em regiões descobertas, onde o índice muitas vezes é inferior a 1,0.

Segundo o “Relatório de Pesquisa” publicado pelo Conselho Federal de Medicina em Fevereiro de 2013, o Brasil atingiu a marca de 2,0 médicos por mil habitantes no ano passado. Este índice chega a 2,67 na Região Sul e cai para 1,01 na Região Norte. No Sul Catarinense o número é de 1,18 médicos por 1.000 habitantes e em Araranguá 0,94.

Colaboração: Jane Santin