Segurança

Autoridades policiais e políticas mandam carta ao Estado pedindo segurança

Foto: Cyntia Amorim/Engeplus

Foto: Cyntia Amorim/Engeplus

Autoridades políticas e policiais se reuniram na tarde desta terça-feira para discutir sobre a segurança pública na região Sul. Conforme o site Engeplus, o encontro aconteceu no Paço Municipal e foi organizado em caráter emergencial após a morte da jovem criciumense Mirella Maccarini Peruchi na noite dessa segunda-feira. De acordo com o prefeito Márcio Búrigo a intenção de reunir as autoridades foi para criar um documento e pedir melhorias urgentes ao Governo do Estado.

“Com a assinatura de todos os presentes, vamos colocar neste manifesto a situação da segurança na cidade e pedir urgência nas medidas a serem tomadas. Esperamos que, ao entregar este documento, as autoridades do Palácio do Estado se fragilizem com nossa realidade e tomem as medidas necessárias”, pontuou.

O prefeito ainda acrescentou que a construção do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) na região também será mencionado no documento. “Já possuímos dois terrenos disponíveis para construir este centro, mas precisamos da ajuda do Governo. Estamos estudando todas as possibilidades e vamos enviar esse relatório ao Estado”, afirmou Búrigo.

Conforme o delegado regional da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) Jorge Koch, a falta de policiais na região também será pontuado em documento. “Estamos ciente de que haverá um concurso para recrutar policiamento para todo o Estado, entretanto, o processo do concurso é demorado e a previsão é que só teremos mais equipes no fim deste ano. Precisamos de uma medida provisória. Estamos com uma defasagem de 54 policiais e cinco delegados”, explicou.

Koch lembrou que, até o momento, já foram 16 homícídios, sendo que em 2014 foram 40 em todo o ano. O subcomandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, major Evandro Fraga também esteve na mesa de reunião e falou sobre o posicionamento da Polícia Militar. “A Polícia Civil segue agora com as investigações para achar o autor de 23 anos que continua foragido, mas nós seguimos com rondas e estamos de olhos abertos para encontrá-lo”.

Na reunião, uma carta pronta foi apresentada a todos os presentes. A partir dela, cada um daria sua sugestão e opinião para ser incrementada e, posteriormente, enviada ao Estado. Além do prefeito, delegado Koch e major Fraga, participaram da mesa de reunião o secretário João Fabris, o presidente da OAB Luiz Fernando Michalak, o presidente da Acic César Smielevski, o presidente da Câmara de Vereadores Ricardo Fabris, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (DCL) Gelson Merisio e o presidente da ASTC Paulo Pacheco

Confira a carta na íntegra:

CARTA ABERTA DOS CRICIUMENSES

É com muito pesar que recebemos mais uma notícia em que uma cidadã criciumense teve a vida ceifada, por intermédio da ação de marginais, que agem com a certeza da impunidade. A morte de criciumenses, catarinenses e brasileiros já se tornou banal e corriqueiro e isso nos remete a reflexões, que de eventos em eventos são ressuscitados e logo esquecidos. A segurança é um conjunto de medidas assumidas para proteger-se de quaisquer atos de violência. Ela implica a qualidade ou o estado de estar seguro. Com a seguridade, se tenta evitar as exposições a situações perigosas e a devida atuação para estar protegido diante de situações adversas.O município de Criciúma e seus moradores estão sendo expostos há muito tempo a uma sensação de insegurança, o que vem deixando todos com a sensação de estarmos nós, pessoas de bem, a margem da sociedade. Entretanto, precisamos dar um basta e agirmos na direção do planejamento eficaz do combate à banalização da vida, os valores parecem estar sendo perdidos e a vida do outro parece não valer mais nada!Tendo em vista os acontecimentos em nossa cidade, e em virtude do não atendimento aos diversos apelos já realizados pelo município e por sua sociedade organizada aos entes superiores responsáveis pela segurança publica de nosso Estado, estas mesmas entidades vem por meio desta CARTA ABERTA, manifestar a sua indignação com os acontecimentos e declarar que não pode mais esperar por respostas e providências prometidas para a solução de problemas que são compromissos garantidos pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL, e que é obrigação dos entes superiores do poder publico. A sociedade criciumense e seu poder publico constituído não estão aqui eximindo-se de suas responsabilidades. No entanto, as solicitações realizadas invariavelmente levam muito tempo para serem atendidas, e quando são, não o são por completo.

Deixamos aqui questionamentos simples:

*Por que é necessária a intervenção da justiça para que se melhorem as condições no Presídio Santa Augusta e na Penitenciária Regional?

*Por que demoram tanto as câmeras de segurança que foram prometidas para o nosso município?

*Solicita-se a melhoria no sistema de Radio Comunicação da Policia Militar;

*Quando serão chamados os policiais civis do concurso recém realizado?

*Precisamos de uma definição quanto ao CASE;

*Sobre a defasagem de efetivo na Polícia Militar, que providências estão sendo tomadas?

*Quais são as políticas públicas catarinenses de curto, médio e longo prazo para a diminuição da violência?

Precisamos de respostas.

Não podemos mais esperar!