Geral

Dive considera Içara infestada pelo escorpião-amarelo

Cerca de 20 animais já foram recolhidos pela Vigilância Epidemiológica do município. Até o momento, apenas um bairro tem registros.

Divulgação

O município de Içara é considerado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado como infestado pelo escorpião-amarelo, sendo essa uma das espécies mais perigosas da América Latina e cuja picada pode levar à morte. Neste ano, em Santa Catarina, foram registrados 135 acidentes com o animal, sem evolução para óbitos. Também há presença do aracnídeo em outras oito cidades catarinenses.

No Sul, Içara é o único município considerado infestado pela Dive. Apenas o bairro Aurora teve registros e, até o momento, cerca de 20 animais foram recolhidos pelos agentes epidemiológicos. A suspeita é de que a espécie tenha sido importada, devido ao fluxo de caminhões na localidade. “A princípio, a espécie está localizada no pátio de duas empresas, não está em uma área residencial. Uma funcionária acabou se acidentando, foi levada ao hospital e a gente recebeu a notificação. Está concentrado nessas duas empresas. Não temos nenhum registro de nenhum morador que tenha achado”, explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Graziela Macarini Zuchinali.

Com o perigo causado pelo aracnídeo, as ações foram intensificadas na localidade. “Estamos fazendo a varredura no pátio das empresas, os escorpiões têm que ser procurados e caçados um a um, os agentes estão fazendo essa caça aos animais e vamos fazer a orientação das casas que ficam mais próximas a essas empresas. Caso algum morador encontre, a recomendação é que procure a Vigilância imediatamente. É importante também que as pessoas mantenham os pátios limpos, sem entulhos de construção, principalmente telhas e tijolos, e caso seja picado, procurar o atendimento hospitalar imediatamente, porque pode levar à morte”, acrescenta Graziela.

Animal invasor

De acordo com a médica veterinária da Dive/SC, Alexandra Schlickmann Pereira, o escorpião-amarelo é considerado uma espécie invasora. “O animal se reproduz por partenogênese, só existem fêmeas e todo o animal adulto pode se reproduzir sem a necessidade de acasalamento. Esse fenômeno facilita a dispersão por causa da adaptação do animal em qualquer ambiente”, explica a médica veterinária da Dive/SC, Alexandra Schlickmann Pereira.

A Dive considera infestado qualquer município que tenha a presença do escorpião-amarelo em seu território, independente da quantidade. No Estado, além de Içara, a espécie também foi encontrada em Antônio Carlos (1), Araquari (2), Balneário Camboriú (67), Blumenau (1), Florianópolis (1), Itajaí (663), Joinville (49) e Navegantes (1). “Esse ano nós já registramos 135 acidentes com escorpiões, de todas as espécies, a maioria casos leves e não houve ocorrência de óbitos”, acrescenta Alexandra.

Criciúma estava na lista

A lista divulgada pela Dive aponta que Criciúma também estava infestada pelo escorpião-amarelo, entretanto, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município informou que não há presença da espécie desde novembro do ano passado, e que, inclusive, nesta semana, uma visita de varredura não encontrou novos indícios da existência do animal no local que antes haviam sido encontrados. Desta forma, a Capital do Carvão não estaria enquadrada nos parâmetros considerados de infestação.

Procurada pela reportagem do jornal Tribuna de Notícias, a assessoria de imprensa da Dive informou que houve um equívoco e que, de fato, o município de Criciúma não é considerado como infestado e não há casos registrados de escorpião-amarelo neste ano na cidade.

Espécie é considerada perigosa

O Tityus serrulatus, mais conhecido como escorpião-amarelo, é a espécie que mais causa acidentes no Brasil, além de ser considerada como a segunda mais perigosa do mundo. O animal mede cerca de sete centímetros de comprimento e possui pernas e cauda com cor amarela, já o tronco, é marrom escuro.

“A população pode adotar medidas como organizar o quintal e manter tudo limpo, remover entulhos de construção, principalmente tijolos que os animais gostam de ficar dentro e não acumular lixo. Também não é recomendada a utilização de venenos para o controle de escorpiões, porque esses produtos não possuem eficácia comprovada até o momento, eles podem desalojar os animais e causar um maior número de acidentes”, finaliza a médica veterinária.

Principais recomendações:

Fechar ou tampar frestas em janelas e portas;
Colocar tela nos ralos da casa;
Controlar a presença de baratas e outros insetos (animais que servem como alimento para os escorpiões);
Manter o terreno limpo e evitar o acúmulo de lixo;
Evitar entrar em contato com o animal;
Acionar a secretaria municipal responsável para fazer a captura do escorpião.

Notícias Relacionadas

Dive confirma 2º caso de macaco morto por febre amarela em SC

Animal foi achado no distrito de Pirabeiraba, em Joinville. Moradores da região foram vacinados. Macacos na região de Cocal do Sul e Urussanga também foram encontrados mortos.

Dez cidades de SC são consideradas infestadas por escorpião-amarelo

A Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) de Santa Catarina destaca que basta registrar a presença do aracnídeo para uma cidade ser considerada infestada.

Dive-SC volta ao Sul do estado para aplicar 2ª dose da vacina contra raiva em cães e gatos

Veterinários vão novamente em casas em Gravatal, Capivari de Baixo e Pescaria Brava a partir de segunda-feira (10).

Confirmado 1º caso de chikungunya contraído em Santa Catarina

Além deste, há um paciente de febre chikungunya em Itajaí e Tubarão. As pessoas contraíram a doença no Rio de Janeiro e em Mato Grosso, respectivamente.