Segurança

Homicídios, mortes por arma de fogo e assassinatos de jovens: o que o Atlas da Violência diz sobre Santa Catarina

Estado apresenta queda nas mortes em quase todos os indicadores, com exceção dos assassinatos de mulheres. Estudo foi divulgado e analisado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Foto: Maurício Vieira/Secom

Santa Catarina registrou queda e está entre os menores indicadores do país nos dados relacionados a homicídios divulgados pelo Atlas da Violência 2024, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O Atlas usa dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e a edição deste ano leva em conta informações referentes a 2022.

Homicídios registrados x homicídios estimados

Um os principais recortes da publicação, é que Santa Catarina tem a segunda menor taxa do país de homicídios registrados (9,1 a cada 100 mil habitantes), ficando atrás apenas de São Paulo (6,8).

É o quinto ano consecutivo que o estado registra queda nesse dado. Em relação ao último ano com alta, a redução foi de 40% na taxa de assassinatos: 15,3 em 2017 para 9,1 em 2022;
Em números absolutos, foram 671 homicídios, metade deles cometidos com uso de arma de fogo (51,7%), dado menor que a média nacional no período (72,4%);
No entanto, estimativa dos especialistas apontam que o número real de homicídios seria de 722 em Santa Catarina por conta de assassinatos que ficaram ocultos nos dados;
O Atlas estima que 51 assassinatos não entraram nas estatísticas oficiais por se tratarem de Mortes Violentas por Causa Indeterminada (na sigla técnica MVCI).
Um dos poucos indicadores a registrar alta em Santa Catarina foi o de assassinato de mulheres: um caso a mais em 2022 do que em 2021 (93 contra 92).

Mesmo assim, em relação aos anos anteriores, a ainda há redução: 14,7% nos últimos 5 anos e 10,6% nos últimos 10 anos.

Capital e cidade “mais segura do Brasil”

O Atlas também traz um recorte por capitais e cidades acima de 100 mil habitantes. Santa Catarina lidera os dois indicadores relacionados às menores taxas de homicídios.

Florianópolis é a capital com a menor taxa de homicídios estimados entre as 27 capitais: 8,9 a cada 100 mil habitantes. Foram 48 assassinatos em 2022, sendo que o dado é menor absoluto entre todas as cidades. Foi o menor número de mortes dos últimos 10 anos.

A maior taxa de homicídios ficou em Salvador com 66,4 a cada 100 mil habitantes. Apesar da estatística considerar homicídios estimados, Florianópolis não teve “homicídios ocultos” (MVCI) em 2022.

Em outro recorte do Atlas, o estudo identificou que há 319 municípios no país com população acima de 100 mil habitantes. E destes, Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, tem a menor taxa de homicídios, com 2,2 assassinatos estimados a cada 100 mil habitantes.

“Esses resultados são notórios quando identificamos que SC possui a menor proporção de policiais por habitantes, o que refuta o senso comum de ‘mais policiais significa necessariamente mais segurança'”, resume o Atlas.

Morte de jovens

Santa Catarina também acompanha a tendência nacional de queda nos assassinatos cometidos contra jovens (15 a 29 anos), embora oito estados tenham apresentado alta.

Os assassinatos de catarinenses dessa faixa caiu pelo quinto ano seguido: de 23,6 em 2017 para 13,3 mortes a cada 100 mil habitantes em 2022.

No recorte apenas entre os adolescentes a redução foi maior no mesmo período (2017-2022): de 22,9 para 9,7.

Cenário

O estudo do Ipea e FBSP ainda fez um panorama sobre os homicídios ocorridos na Região Sul e atribui o cenário às disputas entre facções criminosas e a ao tráfico nas fronteiras.

“Infelizmente, é cada vez mais comum a predominância das mortes violentas causadas pelos conflitos armados entre facções criminosas (ou entre essas e as forças policiais, em menor escala) na disputa territorial pelo controle do tráfico de drogas no Brasil. Essa movimentação, que já ultrapassou as divisas estaduais e até mesmo as fronteiras nacionais, explica grande parte das diferenças entre os resultados apresentados aqui e na análise municipal do Atlas da Violência 2019”, avalia.

Com informações do g1 SC

Notícias Relacionadas

Operação ‘Feliz Mano Novo’ prende suspeitos de tráfico de drogas, homicídios e roubos

Quadrilha investigada é do Rio Grande do Sul e estaria se instalando em municípios catarinenses, de acordo com a Polícia Civil.

Homens encontrados mortos em Laguna são suspeitos de dois homicídios, diz Polícia Civil

Eles também têm vários antecedentes criminais. Corpos foram encontrados na Praia do Sol no domingo.

Conhecido por homicídios e outros crimes, suspeito é preso em Tubarão

Ação da Polícia Civil e Militar resultou na prisão do suspeito, conhecido no meio policial por participar de roubos e homicídios, além de existir a suspeita do seu envolvimento com o tráfico

Júri em Sombrio condena réus a mais de 100 anos por homicídios

Os crimes aconteceram entre maio e junho de 2020 nos municípios de Sombrio, Arroio do Silva e Balneário Gaivota