Segurança

Luna foi espancada pelo padrasto antes de morrer em SC e DNA vai comprovar estupro

Polícia entende que o padrasto foi o autor dos crimes, mas mãe foi indiciada pelos mesmos crimes por omissão, diz delegado

Foto: Divulgação

A finalização do inquérito policial do Caso Luna Bonett Gonçalves, menina de 11 anos que foi levada ao hospital já sem vida e com hematomas por todo o corpo, inclusive na genitália, trouxe mais detalhes do sórdido crime cometido pela mãe e padrasto há exatos dois meses, em Timbó, no Médio Vale do Itajaí.

Segundo o delegado responsável pela investigação, André Beckmann, o padrasto de Luna foi quem a espancou até a morte. Além disso, há evidências de que ele também seja o autor do estupro, já que foi o único homem a ter contato com a criança no mês de abril e pelo fato de manter as moradoras da residência em cárcere privado.

Padrasto espancou Luna e foi dar aula de artes marciais

A investigação aponta que o padrasto teria ido no mesmo dia do crime, 13 de abril, por volta de 15h30, na escola onde Luna estudava com o objetivo de tentar transferi-la para outra unidade de ensino. A atitude foi tomada porque a escola estava fazendo muitas perguntas sobre como Luna estava, já que faltava frequentemente às aulas.

Contrariado por não ter conseguido transferir a menina, ele retornou para casa e iniciou o crime, causando ferimentos até que a menina perdesse a consciência. Inclusive, segundo a polícia, o relho apreendido em operação foi utilizado para espancar a vítima.

Depois de espancar Luna, por volta de 18h30, ele saiu de casa para dar aula de artes marciais. A polícia concluiu que ele retornou às 21h, e o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a ocorrência por volta de 00h30, quando a menina já estava sem vida por pelo menos quatro horas.

Criança tinha lesões na genitália e ânus

Em relação ao estupro, a polícia entende que o padrasto seja o autor, já que foi o único homem a ter contato com a vítima em todo o mês de abril. De acordo com a investigação, o homem mantinha a companheira e filhos em cárcere privado.

Ainda sobre o estupro, o laudo pericial apontou lesões na genitália e ânus da criança. A polícia entende que o padrasto tenha sido o autor, mas a comprovação precisa vir de um exame de DNA, que foi enviado a laboratório em Florianópolis e ainda não tem resultado.

“Há o indício de que ele praticou esse fato mas a confirmação cabal precisa desse exame pericial”, disse Beckmann.

Por que a mãe foi indiciada pelos mesmos crimes que o padrasto?

Em primeiro momento, a mãe de Luna teria assumido a autoria da morte da criança. Em depoimento, ela disse que a espancou depois de saber que a criança tinha um namorado e teria iniciado relações sexuais. No entanto, o inquérito comprovou que ela estava mentindo e que, na verdade, o padrasto cometeu os crimes.

Ainda assim, a mulher foi indiciada junto ao companheiro pelos crimes de feminicídio, tortura e abuso de vulnerável. Segundo o delegado, a omissão da mãe sustentou a decisão.

“A genitora tem a obrigação de evitar, e ela tinha a obrigação de chamar as autoridades. Ela estava com o celular na mão e nem chamou o atendimento, por isso ela vai responder aos três crimes, por sua omissão”, justificou.

Relembre todo o caso

O corpo de Luna chegou, já sem vida, ao Hospital OASE em Timbó na madrugada do dia 14 de abril. Inicialmente havia a hipótese de a criança ter morrido a caminho do hospital, mas a perícia apontou que Luna já estava morta há cerca de quatro horas quando a família acionou os bombeiros.

Os hematomas em todo o corpo e sangramento na genitália levantaram suspeita. A mãe e o padrasto foram conduzidos para a delegacia para prestar esclarecimentos, mas foram liberados após alegarem que a garota morreu após cair da escada.

Após perícia e com indícios de crime de violência contra a menina, eles foram intimados a depor novamente. A mulher então assumiu ter matado a menina e o casal foi preso temporariamente. Desde então, o inquérito continuou a investigar o crime, e as conclusões foram divulgadas nesta segunda-feira (13), exatos dois meses após o crime.

Com informações do ND+

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