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SC tem quase 100% de taxa de ocupação de leitos de UTI pediátricos e neonatais

Ocupação de leitos de UTI pediátricos chega a 97,9% no Estado; bebê de dois meses aguarda abertura de leito em hospital da Capital para realizar cirurgia

Foto: Divulgação

Santa Catarina está próxima de atingir a capacidade máxima de ocupação de leitos de UTI fornecidos pelo SUS do tipo pediátrico e neonatal.

O painel de leitos atualizado na manhã desta segunda-feira (23) pela SES (Secretaria de Estado da Saúde), mostra que a taxa de ocupação de leitos de UTI pediátricos é de 97,9%, em Santa Catarina. Dos 96 leitos ativos, somente dois estão disponíveis.

Das sete macrorregiões do Estado, seis se encontram com lotação máxima. Somente o Vale do Itajaí apresenta 90% de ocupação, pois conta com duas vagas disponíveis no Hospital Santo Antônio.

A situação dos leitos de UTI Neonatal não é muito diferente. Para esse tipo de leito, a taxa de ocupação é de 95,2%. Dos 210 leitos ativos, apenas dez estão disponíveis, sendo oito em hospitais do Planalto Norte e Nordeste, um no Vale do Itajaí e um na Grande Florianópolis.

As regiões Grande Oeste, Meio-Oeste e Serra catarinense, Foz do Rio Itajaí e Sul atingiram a capacidade máxima de atendimento nesse tipo de leito.

O que diz o Estado

O governo do Estado, por meio da SES, informa em nota, que está empenhado em garantir o atendimento pleno aos pacientes pediátricos.

Isso diante do momento sazonal de aumento de casos de doenças respiratórias, que provocam grande demanda de leitos hospitalares infantis, causando sobrecarga no sistema de saúde.

“Inclusive, em caráter emergencial, o Estado já está em contato direto com os hospitais que possuem leitos pediátricos, evidenciando esforços comuns na busca da ampliação das vagas já existentes. Em complemento à ação, constrói a possibilidade de abrir novos leitos pediátricos e neonatais em unidades com UTIs adultos.”, diz a nota.

Ainda assim, a pasta alerta e solicita o empenho da população catarinense sobre a importância das medidas de prevenção e proteção contra doenças respiratórias nas crianças, em especial contra a gripe (influenza) e também da Covid-19.

“A estratégia de vacinação é um das ferramentas fundamentais para prevenção dessas doenças respiratórias, porém a cobertura encontra-se abaixo do esperado. Em relação à vacinação contra a gripe (influenza), até o momento, já foram aplicadas pouco mais de 108.283 doses de vacinas contra influenza em crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade”, revela.

Isso equivale a uma cobertura de 24,7%, muito abaixo da meta a ser alcançada, de 90% de cobertura até o final da campanha.

Quanto à Covid-19, já foram aplicadas pouco mais de 440.743 doses em crianças de 5 a 11 anos, das quais 293.100 (cobertura de 45,6%) foram como primeira dose e 147.643 doses (cobertura de 23%) foram de segunda dose, completando o esquema vacinal.

A Secretaria Estadual de Saúde orienta também para que as famílias procurem sempre, inicialmente, o atendimento para os pacientes pediátricos junto às unidades básicas de saúde.

“Promovendo um diagnóstico e tratamento inicial adequados, tendem a diminuir a necessidade do acesso ao leito de UTI, pois a esse leito é encaminhado somente os casos de extrema gravidade. O Estado está comprometido em garantir a assistência total aos pacientes que necessitem de atendimento”, conclui.

À espera de cirurgia

Gisele Pereira vive uma situação de angústia com a filha, a pequena Valentina, de dois meses. A bebê teve sua cirurgia adiada mais de uma vez, segundo a mãe.

A operação seria realizada na última sexta-feira (20), mas foi adiada devido à falta de leitos no Hospital Infantil Joana de Gusmão. A situação continua a mesma nesta segunda.

A recém-nascida tem “atresia de coana”, uma mal formação congênita que impede a comunicação entre a cavidade nasal posterior e a nasofaringe. O problema faz com que ela não consiga respirar corretamente.

A direção do Hospital Infantil Joana de Gusmão confirmou ao ND+, através da SES, que “devido à ocupação elevada de UTI, não foi possível realizar a cirurgia eletiva da paciente, pois a mesma precisaria de leito de UTI pós-cirúrgico”.

A família está aguardando há mais de 15 dias na unidade, além da espera de outros 40 dias anteriores em Pato Branco. Em Florianópolis, diversas “falsas esperanças” já foram apontadas.

Na manhã desta segunda, Gisele conta que não ficou surpresa com a notícia de que a cirurgia, novamente, não aconteceria.

A expectativa, agora, é de que a operação seja realizada na próxima quinta-feira (26) ou sexta-feira (27), que é quando o médico cirurgião responsável estará no hospital, segundo a mãe da bebê.

Isso vai depender, no entanto, da abertura de uma vaga de UTI para a pequena Valentina. “Estávamos aguardando, mas acabou que não deu certo de novo. Nem estamos mais criando muitas expectativas. Não há muito o que esperar. É sempre a mesma coisa”, lamenta Gisele.

A SES informou que diariamente está sendo reavaliada a situação da paciente para que seja realizado o procedimento. Ela segue internada em tratamento e assistida pelas equipes médicas.

Valentina não é a única em SC

A angústia de Gisele é sentida por outras famílias que também aguardam ou sofreram com a espera por um leito de UTI infantil.

Cláudia Silvestri, empreendedora e moradora de Içara, no Sul do Estado, conta que o filho Aldo, de um ano e seis meses, passou a necessitar de um leito após cair da cadeirinha, quando lanchava com a família em casa, no dia 14 de maio, e bater a cabeça.

O menino acabou desenvolvendo um coágulo e precisou passar por uma cirurgia delicada naquele fim de semana.

“Foi a partir daí que começou a nossa luta por um leito no Estado, depois de recebermos a notícia que não tinha nenhum disponível no Hospital Materno-Infantil de Santa Catarina (HMCIS) e quatro crianças ainda aguardavam na frente do Aldo”, conta Cláudia.

A família, então, decidiu se mobilizar nas redes sociais e pedir ajuda a diversas autoridades, mesmo assim a transferência de Aldo para um leito de UTI aconteceu somente no dia 16 de maio, à noite.

Ele estava internado no Hospital São José, em Criciúma e foi encaminhado para a UTI pediátrica do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão.

Com informações do ND+

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